Transporte
Cidade Universitária terá novo circular, mas a frota atual não vai aumentar
Operação da terceira linha partindo do Terminal Butantã começa no dia 29/4. Não haverá aumento da frota, mas apenas o remanejamento dos 18 veículos em operação atualmente nas linhas circulares 1 e 2. A SPTrans garante que não ocorrerão mudanças imediatas nos ônibus que atendem à USP, o que só virá com a implantação do novo modelo, em fase de licitação na Prefeitura de São Paulo
Uma nova linha circular entre a Estação Metrô Butantã e a Cidade Universitária começa a operar na próxima segunda-feira (29/4). De acordo com a assessoria de imprensa da São Paulo Transporte (SPTrans), a linha 8032-10 (Circular 3) foi criada “após a realização de estudos técnicos” que levaram em conta “a movimentação da demanda/passageiros em pontos específicos e o nível de ocupação dos veículos das linhas 8012-10 e 8022-10”. A assessoria ressalta ainda que a criação do novo circular partiu de “solicitação da USP”, que subsidiou a empresa “com pesquisa realizada por estudantes da universidade e contribuiu para o processo de análise”.
foto: Francisco Emolo / USP Imagens |
Saindo do Terminal Butantã, junto à estação do metrô, a linha 8032-10 entrará no campus pela Portaria 1 e vai seguir pelas avenidas da Universidade e Professor Luciano Gualberto (bancos), Professor Almeida Prado e Professor Mello Moraes (raia), retornando ao Terminal Butantã. De acordo com a SPTrans, o trajeto foi definido “para atender prioritariamente” os usuários que se destinam aos pontos da Avenida Professor Luciano Gualberto e proximidades, permitindo que “os ônibus se dirigissem diretamente à avenida e voltassem rapidamente para o terminal”.
O número de veículos nos circulares não vai aumentar. Atualmente são 18, nove em cada linha. A 8012 (Circular 1) vai ficar com cinco, a 8022 (Circular 2) terá oito e a nova 8032 receberá os cinco remanejados da frota. A quantidade de veículos permanece igual, mas a mágica vai acontecer, garante a SPTrans, porque haverá “um considerável acréscimo de partidas, passando das atuais 308 para 340”.
“A estimativa é de que a linha 8032 possa atender, no período de pico da manhã, 43% de todos os passageiros que utilizam as linhas 8012 e 8022, que em março transportaram juntas, em média, 35,2 mil passageiros por dia útil”, diz a assessoria.
Diretório Central dos Estudantes saúda “vitória” da categoria
A universidade subsidia o transporte nos circulares para alunos, professores e funcionários por meio do Bilhete USP (Busp). O valor repassado para a operação dessas linhas é de aproximadamente R$ 7,5 milhões por ano, de acordo com a Prefeitura do Câmpus da Capital. Em março, o montante foi de pouco mais de R$ 640 mil. “A operação da linha 8032 se fará com o remanejamento de veículos das outras duas linhas. Com isso, não haverá aumento no desembolso da USP”, diz a Prefeitura do Câmpus, em nota encaminhada ao Informativo Adusp pela assessoria de imprensa da Reitoria.
Em comunicado publicado em sua página no Facebook, a direção do DCE Livre Alexandre Vannucchi Leme comemorou a implantação da linha como uma “vitória dos estudantes”. O texto destaca que desde o ano passado a entidade tem reivindicado à Reitoria e à Prefeitura de São Paulo uma nova rota de ônibus na Cidade Universitária.
Para o DCE, a criação da linha, “se não acompanhada de cortes ou redução de frota, pode ser positiva, ao se pesarem prós e contras”. A entidade se compromete a analisar o trajeto proposto pela SPTrans e a manter os estudantes informados sobre sua avaliação. “Seguiremos lutando pela melhoria da mobilidade e da segurança no campus, e contra o corte das linhas que hoje atendem à comunidade USP”, diz o texto, que convida os alunos a participar do grupo de Trabalho de Mobilidade mantido pelo DCE e por estudantes de diversas unidades.
Licitação da Prefeitura de São Paulo classifica as mesmas empresas
O corte das linhas que atualmente chegam à Cidade Universitária é uma das grandes mudanças que devem ocorrer com o novo sistema de transporte coletivo paulistano, atualmente em fase de licitação na Prefeitura da capital. O modelo prevê a concessão de nove lotes para as linhas estruturais (ônibus maiores entre terminais e passando pelo centro), dez lotes para as linhas de articulação regional (ônibus convencionais entre bairros menores e maiores sem passar pelo centro) e 13 lotes para as linhas locais de distribuição (ex-cooperativas com ônibus menores ligando bairros mais afastados a terminais, corredores e estações).
No dia 4/4 houve a análise das propostas comerciais das empresas e – oh, surpresa! – todas elas foram apresentadas pelas empresas que já operam no sistema, o que praticamente elimina a possibilidade de concorrência. Com as propostas em mãos, a Prefeitura pode iniciar o processo de homologação das classificadas e a assinatura dos contratos para os subsistemas estrutural e de articulação regional. O Tribunal de Contas do Município (TCM) também vai acompanhar o processo. A corte impôs essa condição para liberar a licitação, que havia barrado anteriormente por ter encontrado irregularidades.
A partir da assinatura dos contratos, as empresas terão 120 dias para iniciar as operações pelo modelo previsto no edital. De acordo com a Secretaria de Mobilidade e Transportes, as mudanças serão gradativas, com implantação num período de 12 a 36 meses.
Sem mudanças no câmpus por enquanto, garante SPTrans
Embora os números ainda não estejam fechados, estima-se que quase 150 das linhas atuais serão extintas e quase 190 terão o itinerário alterado no novo sistema. No caso da Cidade Universitária, a previsão é de que duas linhas sejam cortadas: 701U-10 (Metrô Santana) e 7181-10 (Terminal Princesa Isabel). A 702U-10 (Terminal Parque Dom Pedro II) seria substituída, enquanto as linhas 809U-10 (Terminal Barra Funda) e 177H-10 (Metrô Santana) teriam alteração no trajeto. As linhas 7411-10 (Praça da Sé) e 7725-10 (Rio Pequeno-Terminal Lapa) não seriam afetadas.
Todas essas alterações dependem dos desdobramentos da licitação, e por isso a SPTrans não confirmou ao Informativo Adusp se é esse mesmo o quadro do futuro. De acordo com a assessoria de imprensa, a implantação do Circular 3 não implica nenhuma outra mudança imediata nos ônibus que atualmente operam no Câmpus do Butantã. “Nada será alterado da noite para o dia, sem um amplo debate com a comunidade”, garante a empresa. “A licitação do transporte coletivo municipal por ônibus prevê melhor distribuição das linhas, eliminando sobreposições de rotas e permitindo viagens mais rápidas e confortáveis.”
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