A eleição para composição da lista tríplice de chapas de candidatos(as) a reitor(a) e vice-reitor(a) será realizada, em turno único, no dia 25 de novembro de 2021, por meio de sistema eletrônico de votação e totalização de votos. A eleição será indireta e excluirá a imensa maioria da comunidade universitária. E caberá ao governador João Doria, a partir da lista tríplice, a escolha final

Está oficialmente aberto o processo de sucessão na Reitoria da USP. Por meio da Circular SG/38, de 1º/9/2021, o reitor Vahan Agopyan encaminhou aos diretores de unidades a Resolução 8.115/2021, “que dispõe sobre a eleição para a composição da lista tríplice para a escolha do(a) Reitor(a) e do(a) Vice-Reitor(a) da Universidade de São Paulo”, que será realizada “exclusivamente por meio de sistema eletrônico de votação e totalização de votos (Helios Voting)”.

A deflagração do processo sucessório já havia sido anunciada pelo reitor durante a reunião do Conselho Universitário (Co) de 24/8. Na ocasião, Vahan destacou algumas novidades, como o voto eletrônico e a constituição de uma comissão formada por observadores externos à universidade, com a incumbência de acompanhar o sistema eletrônico de votação e totalização de votos.

De acordo com a Resolução 8.115, “A eleição para composição da lista tríplice de chapas para escolha do(a) Reitor(a) e do(a) Vice-Reitor(a) será realizada, em turno único, no dia 25 de novembro de 2021, das 9h às 18h. em escrutínio secreto, por meio de sistema eletrônico de votação e totalização de votos” (artigo 1º). A totalização dos votos será divulgada pela Comissão Eleitoral nessa mesma data, a partir das 20h, “e poderá ser acompanhada pela Assembleia Universitária, sendo transmitida ao vivo por videoconferência” (artigo 15).

Já o artigo 4º estipula que a Secretaria Geral receberá, de “4 de outubro até as 18h do dia 8 de outubro de 2021”, pedidos de inscrição por chapas de professores(as) titulares da USP, candidatos(as) a Reitor(a) e Vice-Reitor(a), acompanhados dos seguintes documentos: “a) programa de gestão a ser implementado; b) súmula biográfica destacando os aspectos relevantes para o cargo, de no máximo 2.600 toques, contando os espaços; c) declaração de desincompatibilização a que faz referência o § 2º infra, quando for o caso”. O candidato que exercer função de direção ou chefia “deverá, a partir do pedido de inscrição, desincompatibilizar-se, afastando-se daquelas funções em favor de seu(sua) substituto(a) legal, até o encerramento do processo eleitoral”.

A Comissão Eleitoral divulgará. às 17h do dia 14 de outubro, no site da Secretaria Geral, “a lista das chapas que tiverem seus pedidos de inscrição deferidos, assim como as razões de eventual indeferimento”, havendo prazo de uma semana para eventuais recursos. No dia 9 de novembro, será realizado um debate virtual entre as chapas inscritas. Além disso, elas poderão enviar, por intermédio da Superintendência de Tecnologia da Informação, “até três mensagens eletrônicas à comunidade USP, a partir da data do deferimento de sua inscrição até o dia 12 de novembro de 2021”.

No dia 18 de novembro, das 9h às 18h00, será realizada uma consulta à comunidade, prevista na Resolução 6.638/2013, editada no final da gestão de J.G. Rodas. Trata-se, porém, de uma consulta simbólica, com caráter de mera aferição, sem reflexo direto na definição da lista tríplice.

Além de ser indireta, eleição da lista tríplice não garante nomeação dos mais votados

Mais uma vez, a eleição será indireta, o que pressupõe a exclusão da imensa maioria da comunidade universitária. O colégio eleitoral, ou Assembleia Universitária, será constituído pelo Co, pelos conselhos centrais (de Graduação, de Pós-Graduação e de Cultura e Extensão Universitária), pelas congregações das unidades e pelos conselhos deliberativos dos museus e dos institutos especializados. Quem pertencer a mais de um colegiado só poderá votar uma vez.

Também a escolha final continuará a ser feita no Palácio dos Bandeirantes, cabendo ao governador a prerrogativa de escolher e nomear qualquer uma das chapas que vierem a constar da lista tríplice. Embora se espere que a escolha recaia sobre a chapa mais votada, o desfecho pode ser diferente. Quando a eleição era apenas de reitor(a) e não de chapa, os então governadores Paulo Maluf e José Serra optaram por nomes menos votados. Foi graças ao tucano que J.G. Rodas, embora tenha ficado apenas em segundo lugar na eleição, foi nomeado e empossado reitor da USP em 2010.

A Comissão Eleitoral, a quem cabe dirigir todo o processo, foi designada em portaria pelo reitor já no dia 4 de agosto. Ela será presidida por Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto, diretor da Faculdade de Direito (FD), tendo como demais componentes Júlio Cerca Serrão, diretor da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE); Brasilina Passarelli, diretora da Escola de Comunicações e Artes (ECA);  Edson Cezar Wendland, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC); Maria Helena Palucci Marziale, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP); Silvio Silvério da Silva, da Escola de Engenharia de Lorena (EEL); e Flávio Luiz Yarshell, da FD.

Os dois últimos processos sucessórios, realizados em 2013 e 2017, contaram com a participação de várias chapas. É provável, portanto, que isso volte a ocorrer desta vez. Mas até o momento apenas dois nomes são citados como candidatos a reitor: os do vice-reitor Antonio Carlos Hernandes e do pró-reitor de Pós-Graduação Carlos Gilberto Carlotti.

A Pró-Reitoria de Pós-Graduação, sob comando de Carlotti, adotou uma conduta frente à pandemia que se diferenciou da orientação geral da Reitoria, o que chegou a ser citado na última reunião do Co por Amanda Harumi, representante dos pós-graduandos.

EXPRESSO ADUSP


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