E pensar que lutamos tanto  por liberdade de expressão, pelo direito de manifestar-se,  por não mais sermos obrigados a tolerar “tanta mentira, tanta força bruta…”

“Eliminação” de estudantes, presença cotidiana da PM no campus (e conflitos disso decorrentes), visitas da tropa de choque, demissões e processos contra funcionários… diante de tamanhas agressões, pode parecer até de menor gravidade o que a Reitoria reservou à Adusp.

Fomos brindados com uma “Oportunidade para a Adusp esclarecer a acusação de ‘desvio de verbas acadêmicas para construções’” (USP Destaques 55, 2/3/2012). No texto a Reitoria informa que os diretores da entidade deverão esclarecer as afirmações feitas à imprensa ou se retratarem, “sob pena de ação penal de difamação”.

Do ponto de vista jurídico, trata-se de um “pedido de explicações” a todos os  diretores da Adusp. Afirma o texto da medida judicial (petição inicial) ter tido o reitor “sua honra violada, por meio de insinuações maliciosas possivelmente proferidas pelos requeridos, em conversas com jornalistas que trabalham no jornal O Estado de S. Paulo, que deram origem ao Editorial do referido jornal”, do dia 25/2/12, no qual se afirma que “as entidades docentes acusam o reitor Grandino Rodas de ter privilegiado a construção de novos edifícios, inclusive em bairros nobres da capital, transferindo para as obras verbas antes destinadas ao setor de recursos humanos”. 

O pedido da inicial: “que sejam chamados a juízo os requeridos para darem explicações acerca dos fatos em questão, de forma que, se se recusarem a dá-las ou, a critério do juízo, não as derem de forma satisfatória, poderão ensejar a competente ação penal pública” (veja a íntegra da petição inicial).

Repúdio

A Assembleia da Adusp de 14/3 aprovou manifesto — proposto inicialmente pela setorial da FFLCH e já aprovado pelo Conselho de Representantes da entidade — em repúdio a mais essa atitude que tenta calar, por meio de medidas judiciais absolutamente infundadas e injustificáveis, toda e qualquer voz que não faça coro às iniciativas e propostas da Reitoria. Esse manifesto (leia nesta página) será amplamente divulgado, podendo ser subscrito por colegas no site http://migre.me/8jmpp.

Vale lembrar que a Adusp já foi processada pelo reitor Flávio Fava de Moraes, que alegou ter sido injustamente acusado pela entidade de ter mentido. O pronunciamento do Ministério Público adotado pelo juiz que arquivou o processo, é peça digna de ser lida neste momento (veja sua íntegra).

Representada por  suas sucessivas diretorias, a Adusp sempre balizou sua conduta e ação no interesse público, por meio do debate qualificado, da autonomia e da firmeza na defesa de suas posições e do direito de expressá-las.

Sempre foi assim, e não será diferente agora!

PS- Cá entre nós, como seria bom ter à frente da USP um reitor que tivesse como princípios norteadores de sua ação o “diálogo amplo, permanente, sistemático, transparente, democrático e responsável”. E aí, remexendo em não tão velhos papeis, descobrimos que nós temos (!?). Esses princípios faziam parte do programa do atual reitor e então candidato, João Grandino Rodas (Informe n° 2, Plano de Gestão, 5/10/2009).

 

EXPRESSO ADUSP


    Se preferir, receba nosso Expresso pelo canal de whatsapp clicando aqui

    Fortaleça o seu sindicato. Preencha uma ficha de filiação, aqui!