Docentes e demais servidores(as) do Centro Paula Souza entram em greve por melhores salários, carreira e condições de trabalho
Aspecto do ato de lançamento da greve do Ceeteps, na região da Luz

Teve início nesta terça-feira (8/8) uma greve por tempo indeterminado de professores(as) e servidores(as) técnico-administrativos(as) das Escolas Técnicas (ETECs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) vinculadas ao Centro Paula Souza (Ceeteps), que lutam por melhores salários e condições de trabalho. Embora o Ceeteps seja formalmente vinculado à Unesp, seu corpo funcional nunca recebe os reajustes concedidos às categorias representadas pelo Fórum das Seis e os repasses orçamentários anuais são arbitrariamente decididos pelo governo estadual, que conduz há anos um processo de sucateamento das ETECs e Fatecs.

Neste ano, por exemplo, o reajuste concedido pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao conjunto do funcionalismo e a quem trabalha no Ceeteps foi de apenas 6%, muito inferior ao índice de 10% concedido às universidades estaduais paulistas. A principal reivindicação da greve é reajuste linear de 53,23%, necessário para cobrir as perdas salariais acumuladas.

“Este movimento é importantíssimo no momento político que a gente está vivendo no estado de São Paulo, contra um governo negacionista, bolsonarista, genocida. Já foi denunciado o que a operação no Guarujá significa. É o genocídio da população preta, pobre, periférica”, declarou no ato de lançamento da greve, na capital paulista, a professora Michele Schultz, presidenta da Adusp e coordenadora do Fórum das Seis. A seu ver, não há diferença substancial entre o projeto político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o do governador Tarcísio.

Manifestantes em marcha passam pela Pinacoteca do Estado

“É necessário que as entidades que defendem a educação combatam esse governo, que quer tirar livro das crianças nas escolas. Acabamos de saber, porque recebemos há pouco a notícia, de um projeto de lei do deputado bolsonarista Lucas Bove, que apresentou projeto de cobrança de mensalidades nas universidades estaduais paulistas. Se a gente quer aumentar o acesso dos nossos estudantes, das ETECs principalmente, às universidades, por meio das cotas, a gente tem que batalhar contra essa lógica que está colocada”, advertiu Michele.

O Fórum das Seis, que inclui entre seus componentes o Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps, que agrega tanto servidores e servidoras como docentes), emitiu nesta terça nota de apoio à greve, na qual observa que, apesar da excelência nos serviços prestados à população, “esses trabalhadores e trabalhadoras não têm o devido reconhecimento à sua dedicação”. A seguir leia a íntegra da nota.

O Fórum das Seis – que congrega as entidades sindicais e estudantis da Unesp, Unicamp, USP e Centro Paula Souza (Ceeteps) – presta total e irrestrito apoio e solidariedade a todas(os) as(os) professores(as), auxiliares de docente e servidores(as) técnico-administrativos(as) das Escolas Técnicas (ETECs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs), que integram o Centro Paula Souza, em greve por tempo indeterminado a partir de 8 de agosto de 2023.

De incontestável excelência nos serviços prestados à população, esses trabalhadores e trabalhadoras não têm o devido reconhecimento à sua dedicação. Suas justas reivindicações incluem:

  • Reajuste linear de 53,23% para todos e todas (o governador concedeu até 34% para a segurança pública, mas míseros 6% às demais categorias);
  • Revisão da carreira em vigor, de acordo com os direitos e necessidades de todos os segmentos que compõem a categoria;
  • Pagamento imediato do Bônus Resultado.
  • Defesa das escolas do Centro Paula Souza (o governo Tarcísio de Freitas anunciou a implantação de uma rede paralela de ensino técnico nas escolas estaduais, sem qualquer estrutura, à margem do Centro).
  • O cancelamento da cessão do prédio histórico, onde está localizada a Fatec-SP, a uma universidade privada, como anunciado pelo governo.

O Fórum das Seis insta a Superintendência do Ceeteps, o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, e o governador, Tarcísio de Freitas, para que abram negociações com o sindicato que representa a categoria, o Sinteps.

Todo apoio ao movimento!

Servidores(as) da Unesp também entram em greve, por isonomia salarial com colegas da USP

Entraram em greve, igualmente, servidores e servidoras técnico-administrativos(as) da Unesp, que exigem equiparação aos salários pagos pela USP. Também neste caso o Fórum das Seis emitiu moção de apoio ao movimento paredista, na qual aponta a diferença de até 40% no nível de remuneração das duas universidades e destaca que “isonomia é direito!”. Confira a íntegra a seguir.

O Fórum das Seis – que congrega as entidades sindicais e estudantis da Unesp, Unicamp, USP e Centro Paula Souza (Ceeteps) – manifesta integral apoio e solidariedade aos(às) servidores(as) técnico-administrativos(as) da Unesp, em greve por tempo indeterminado a partir de 8 de agosto de 2023.

A principal reivindicação é a equiparação salarial da categoria com os colegas da USP. Embora realizem o mesmo trabalho, os trabalhadores e trabalhadoras da Unesp chegam a receber até 40% menos que os da USP.

Enquanto a isonomia salarial é garantida para a categoria docente, o que é justo, o mesmo não acontece com o segmento técnico-administrativo. Em 2022, o reitor Pasqual Barretti montou uma comissão entre Reitoria e sindicato para estudar e construir propostas com vistas à equiparação salarial dos técnico-

administrativos da Unesp com os das universidades irmãs. No entanto, apesar das expectativas criadas para o início da efetivação da isonomia, a Reitoria suspendeu a negociação e limitou-se a informar a intenção de aguardar o desenrolar do cenário econômico no segundo semestre deste ano.

O Fórum das Seis insta a Reitoria da Unesp a retomar os trabalhos da comissão conjunta, para que ela defina o início da equiparação e construa um plano para concluí-la. A Universidade tem folga financeira para tanto, inclusive por haver construído sólidas reservas a partir, também, das perdas salariais de seus servidores técnico-administrativos e docentes dos últimos anos, da ausência de contratações, da defasagem com os(as) técnico-administrativos(as) da USP.

Todo apoio ao movimento! Igual trabalho, igual salário!

EXPRESSO ADUSP


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