Serviço Público
Perda salarial de pesquisadores científicos dos institutos estaduais soma 54% desde 2013, e APqC cobra do governador reajuste “digno e imediato”
Nesta quinta-feira, 31 de outubro, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) entregou ao secretário estadual Guilherme Piai, da pasta da Agricultura e Abastecimento (SAA), carta aberta na qual reivindica a valorização das carreiras de pesquisa científica, a começar do nível salarial. São Paulo possui 16 institutos públicos de pesquisa nas áreas de agricultura, saúde e meio ambiente, além de outros como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), formalmente vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Apesar de ser o Estado mais rico, São Paulo paga os piores salários para pesquisadores, diz a APqC. “Vivenciamos uma diferença salarial gritante com carreiras similares federais como as da Embrapa e Fiocruz, além de termos tido uma perda salarial de 54,19% nos últimos 11 anos”. O documento chegou às mãos de Piai durante evento no Instituto Biológico, no qual a SAA lançou o Programa Estadual de Incentivo ao Cultivo de Coffea Canephora, baseado em parcerias com a iniciativa privada.
De acordo com a APqC, dezenas de pesquisadores concursados participaram do ato, que ocorre no momento em que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos)-Felício Ramuth (PSD) procura levar adiante a venda de áreas experimentais dedicadas à pesquisa e à conservação. O que inclui uma gleba da Fazenda Santa Elisa, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), “onde está o maior banco de germoplasma de café do Brasil e também experimentos com macaúba, que desponta como alternativa para a bioeconomia”, lembra a APqC.

A carta assinala que, desde novembro de 2023, o governador vem “afirmando nossa importância em diferentes momentos e prometendo uma valorização digna das carreiras da pesquisa científica, porém até hoje nada foi feito”. Critica, ainda, a pretendida “reestruturação” das carreiras dos institutos públicos estaduais de pesquisa. “Na contramão das gloriosas promessas, ainda temos sido assombrados pela espera de um projeto de reestruturação das carreiras do qual o pouco que se expõe, percebe-se que é baseado em uma política que não expressa o reconhecimento pela nossa competência e nos desvaloriza ainda mais”.
Desse modo, a APqC reivindica, em nome da categoria, “que haja transparência, clareza das informações que cercam nossas carreiras, assim como a determinação e cumprimento de prazos”, bem como “um reajuste salarial real, digno e imediato” (destaques no original). Pede ainda a manutenção de benefícios vinculados ao tempo de serviço: quinquênio, sexta-parte e licença-prêmio.
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