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USP perde os professores Fernando Benesi, aos 69, e Marcelo Denny, aos 51
Docentes da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia e da Escola de Comunicações e Artes, respectivamente, foram ambos vítimas de infarto
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Fernando Benesi
Faleceu nesta quarta-feira (2/9), vítima de infarto, o professor Fernando José Benesi, docente titular do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP. Benesi tinha 69 anos e deixa a esposa, Rosana, e dois filhos, além de outros familiares e um vasto círculo de colegas, alunos e ex-alunos.
O professor graduou-se em 1975 na FMVZ, à qual retornaria mais tarde para fazer o doutorado em Patologia Experimental e Comparada. Seu mestrado em Patologia Clínica Veterinária foi realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Fez ainda um pós-doutorado na Escola Superior de Veterinária de Hannover (Alemanha).
Benesi era consultor ad hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e também atuava como professor convidado das universidades federais de Goiás (UFG) e da Bahia (UFBA), professor colaborador da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu da Unesp e assessor científico da Universidade Estadual de Londrina.
Muitas entidades da área lamentaram o falecimento do professor. O Centro Acadêmico Moacyr Rossi Nilsson da FMVZ divulgou uma nota na qual seus diretores, como representantes do corpo discente, expressam seu pesar “por esta enorme perda”. “Gostaríamos de oferecer solidariedade com a família Benesi e todos os entes queridos do professor. Aproveitamos a oportunidade para homenageá-lo como o grande professor que foi! Era nítida a vontade de ensinar e a paciência que ele tinha com todos nós. Foi um privilégio ter tido a chance de absorver o conhecimento que ele sempre esteve disposto a nos passar. Agradecemos imensamente a oportunidade de poder conhecê-lo e tê-lo como professor, mentor e inspiração!”, diz o texto.
Os conselhos federal (CFMV) e regional (CRMV-SP) de Medicina Veterinária divulgaram notas de pesar saudando a trajetória acadêmica e profissional de Benesi. “O CFMV reconhece e agradece Fernando José Benesi por seu trabalho e dedicação. Aos familiares e amigos, manifestamos nossos sentimentos de solidariedade”, diz a nota do conselho federal. O CRMV-SP encerra seu comunicado manifestando, em nome da medicina veterinária paulista, “as mais sinceras condolências, além de gratidão pelas inúmeras contribuições de Benesi à profissão”.
A Associação Paulista de Buiatria publicou nota na qual agradece ao professor “por sua contribuição incomensurável para a sociedade brasileira” e “pela formação de excelência” de profissionais. “Partiu o homem, ficou o imenso legado”, afirma a nota. A Academia Paulista de Medicina Veterinária (Apamvet) lamentou o falecimento de Benesi, que havia ingressado como seu membro titular em fevereiro deste ano. A Apamvet se solidarizou com os familiares enlutados, desejando que “encontrem forças para ultrapassar momento tão doloroso”.
Manifestações emocionadas partiram também de ex-alunos do professor. Em sua página no Facebook, a médica veterinária Flavia Credidio lembrou de Benesi como “grande mestre, professor, patrono da nossa turma, amigo e paizão”. “Sempre apoiando, incentivando, ensinando e dando aquele superabraço de urso e cheio de conforto que só ele sabia dar. Sabia o nome de todos e fazia questão de perguntar, com curiosidade genuína, como estávamos. Sou grata por ter sido sua aluna e poder ter tido a oportunidade de conviver com o senhor também fora da sala de aula (…). Muito obrigada por todo o carinho que o sr. sempre teve, não só comigo, mas com todos. Muito obrigada por amar o que fazia e tentar com tanto esmero nos ensinar”, escreveu Flavia.
O velório de Fernando Benesi será realizado a partir das 20h desta quinta-feira (3/9) até as 8h de sexta-feira no Grupo Funeral Tatuapé (rua David Zeiger, 330, na Quarta Parada).
Denny foi diretor teatral, cenógrafo, artista plástico, performer e curador
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Marcelo Denny
Faleceu nesta segunda-feira (31/8), aos 51 anos de idade, vítima de um infarto, o professor Marcelo Denny de Toledo Leite, do Departamento de Artes Cênicas (CAC) da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), onde lecionava há 18 anos. Segundo a Folha de S. Paulo, Denny deixa o parceiro, Marcelo D’Avilla, o pai e duas irmãs.
Nota de pesar do departamento, redigida pelo professor Ferdinando Martins, assim definiu o docente: “Diretor teatral, cenógrafo, professor, artista plástico, performer, pesquisador, curador e diretor de arte, Denny destacou-se por conciliar sua produção artística com o trabalho acadêmico. Seus maiores interesses de pesquisa eram o corpo e as visualidades contemporâneas, navegando entre o teatro experimental, a performance e as artes visuais”.
Em página notável mantida pelo próprio Denny na Internet, há outras pistas dos seus múltiplos talentos artísticos. “Disseram que Marcelo Denny cria visualidades mutantes. Sem dúvida, seu trabalho percorre vários caminhos”, diz o texto que — depois de mencionar os mais de 30 prêmios recebidos por ele em festivais de teatro no Brasil — fala do seu protagonismo na criação de grupos teatrais. “Foi um dos fundadores dos grupos ‘Cia Teatral Cadê Otelo?’, Desvio Coletivo e da Cia Sylvia Que Te Ama Tanto, onde atuou como diretor e cenógrafo em mais de 20 espetáculos. Atualmente reúne esta experiência em suas pesquisas sobre visualidades (cenografia contemporânea) e performatividades (performance urbana) na cena contemporânea”.
A nota do CAC cita ainda seu envolvimento com grupos teatrais da própria universidade: “Junto com o coletivo Teatro da Pomba Gira e o Laboratório de Práticas Performativas da USP, Denny desenvolveu nos últimos anos os espetáculos ‘Anatomia do Fauno’, ‘Demônios’ e ‘Sombras’, todos experimentos híbridos de performance, teatro visual e dança”.
Com o grupo Desvio Coletivo, prossegue a nota, e tendo como colaborador o amigo e também docente do CAC Marcos Bulhões, Denny dirigiu a performance “Cegos”, que foi “realizada em dezenas de países e escolhida para representar o Brasil na quadrienal de cenografia World Stage Design, em Taiwan (2017)”. Em 2019, Denny e Bulhões apresentaram em Nova York outra performance, “Banho de Descarrego”, a qual “refletia criticamente sobre o avanço de movimentos autoritários e conservadores”.
Ainda segundo o CAC, Denny, que “estava concluindo a redação de um novo livro sobre arquiteturas do corpo e iniciava a pesquisa para um novo trabalho cênico fruto de reflexões sobre ressonâncias da pandemia de Covid-19”, deixa um legado e muito admiradores. “Expressou o que há de melhor na Universidade: a busca pelo conhecimento aliada a uma ética pessoal e a vontade de ensinar”.
A página Vale News publicou um texto produzido pela Prefeitura de Pindamonhaba, cidade natal de Denny, em homenagem à memória do artista e professor. “Marcelo Denny ficou conhecido pelo espetáculo ‘A Barca do Inferno’, que [contava com] sua direção e produção de Alberto Santiago para a Cia Teatral ‘Cadê Otelo?’. A peça representou um marco no teatro local e revolucionou a cultura na década de 90, ao utilizar o bondinho da Estrada de Ferro Campos do Jordão, que levava o público até a ruína de uma olaria centenária, na zona rural da cidade, que ficava toda tomada pela encenação”. O espetáculo esteve em cartaz durante quase cinco anos.
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