O Andes-Sindicato Nacional enviou carta ao Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira, 21 de novembro, solicitando reunião no próximo dia 29, “data instituída em 1977 pela ONU como Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina”, para propor a ruptura de relações diplomáticas, comerciais, militares e acadêmicas com Israel.

“O motivo da reunião é apresentar as deliberações de base do Andes-SN e posicionamento político desta e de outras organizações sindicais e sociais no que se refere às relações diplomáticas, comerciais, militares e acadêmicas do Brasil com o governo de Israel, uma vez que temos a compreensão que o que está acontecendo na Faixa de Gaza não se trata de uma guerra, mas sim do genocídio do povo palestino praticado pelo governo de Israel. Genocídio reconhecido, expressado e reiterado em diversos pronunciamentos feitos pelo excelentíssimo Sr. Presidente da República”, diz a carta assinada por Gustavo Seferian, presidente do Andes-SN.

A cumplicidade de alguns países quanto ao extermínio e às inúmeras violações de direitos do povo palestino praticados pelo Estado de Israel é inadmissível, prossegue a carta, diante dos danos irreversíveis causados aos palestinos, sobretudo às mulheres e crianças palestinas, com o agravante da proibição de entrada de ajuda humanitária e com a intensificação dos ataques na Faixa de Gaza, inclusive a complexos hospitalares e escolas que abrigam milhares de famílias palestinas que conseguem se refugiar.

“O número de vidas palestinas ceifadas em pouco mais de um ano de genocídio ultrapassou os 43 mil, sendo que mulheres e crianças representam cerca de 70% deste total. A violação sistemática de direitos humanitários, e que caracterizamos como o massacre contra um povo que luta pela sua autodeterminação na Faixa de Gaza, é também partilhada por outros governos e organizações da sociedade civil internacional, os quais passaram a se posicionar, como ficou evidente com o aceite da denúncia realizada pelo governo da África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) que foi, muito corretamente desde nosso ponto de vista, encampada também pelo governo do Brasil”.

Na carta, o Andes-SN destaca a recente deliberação do Tribunal Penal Internacional (TPI) de solicitar mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro de Defesa, Yoav Gallant, sob acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Faixa de Gaza, que “ratifica nossa tese da gravidade da situação na região e da necessidade de uma vigorosa ação dos governos e da sociedade civil internacional para acabar com essas atrocidades”.

Por fim, diz o documento, “o que deve nortear centralmente a política das relações exteriores do Estado Brasileiro é se posicionar pelo rompimento das relações diplomáticas, assim como comerciais, militares e acadêmicas com países que violam princípios fundamentais do direito humanitário internacional, compreendendo que o reconhecimento da gravidade dos ataques ao povo da Palestina exige posicionamentos e ações políticas efetivas e urgentes”.

EXPRESSO ADUSP


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