Universidade
Reitor deverá ser convidado a participar de reunião do Conselho Deliberativo do HU, e a manifestar-se sobre recomposição do corpo funcional e ampliação do orçamento anual do hospital
Coordenadora do Grupo de Trabalho Hospítal Universitário (GT-HU), a professora Primavera Borelli, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), encaminhou à nova diretora da Faculdade de Medicina (FM), professora Eloisa Bonfá, proposta de que o reitor Carlos Gilberto Carlotti Jr. seja convidado a participar de uma reunião conjunta entre o Conselho Deliberativo do hospital (CD) e o GT-HU. Eloisa acaba de assumir a direção da FM (antes exercida pelo professor Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho), cabendo-lhe, por definição estatutária, a presidência do CD.
“Em nome do Grupo de Trabalho (GT-HU), encaminho a sugestão ao Conselho Deliberativo para que o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior seja convidado a participar de reunião conjunta do CD e do GT”, diz ofício enviado por Primavera nesta terça-feira (15/11). “Lembramos que, tanto durante sua campanha como candidato à Reitoria quanto após a sua posse, o professor Carlotti manifestou o compromisso de participar dessas reuniões”.
Ainda, acrescenta, o GT-HU entende como oportuna a reunião com Carlotti Jr. “visto que, após praticamente 10 meses de sua gestão, a Reitoria já detém um quadro detalhado da Universidade de São Paulo, inclusive do ponto de vista orçamentário e de recursos humanos o que permite sinalizar os rumos futuros do HU na visão da Reitoria”. O GT-HU atualmente é composto por representantes da Adusp, Sintusp e Coletivo Butantã na Luta.
Desde 2021, continua o ofício, o GT-HU tem se debruçado sobre a elaboração de um projeto de recuperação plena do Hospital Universitário de maneira que, como uma unidade da USP, “possa desempenhar, com plenitude, sua missão de ensino, pesquisa, extensão e assistência à comunidade uspiana e ao(à)s moradore(a)s da região do Butantan e que tais atividades sejam pautadas pela gratuidade, qualidade, universalidade e ética, de acordo com interesses da sociedade, como uma instituição pública deve ser”.
Primavera lembra, igualmente, que o HU é hospital público de ensino e de características assistenciais de caráter secundário, fazendo-se necessária “a urgente recomposição de seu quadro funcional com contratações permanentes de modo que se resgate o atendimento à população e ao ensino pelo menos nos melhores níveis de qualidade já praticados ao longo dos 41 anos de sua existência e que não haja hiatos e/ou comprometimento da qualidade que é característica do HU”.
Paralelamente a isso, continua o ofício encaminhado à nova presidenta do CD, “deve-se buscar uma efetiva e abrangente integração com o sistema de atenção primária e com os demais equipamentos de saúde da região Oeste do Município de São Paulo, de modo a aprimorar e ampliar o atendimento integral à saúde da população e consolidar o sistema de referenciamento, considerando sua área regional de abrangência e ampliar sua inserção no Sistema Único de Saúde (SUS)”.
Primavera salienta ainda a necessidade de adequação das normas regimentais do HU e de um plano operacional, que ao mesmo tempo, “fortaleça o Conselho Deliberativo e as comissões estatutárias/permanentes”, mas também “possibilite a efetiva participação do(a)s funcionário(a)s técnico(a)s e administrativo(a)s e da comunidade, ampliando as suas representações no Conselho, de maneira democrática, como deve ser uma instituição de caráter público”.
Por fim, o GT considera importante a manifestação do reitor sobre três questões em especial: 1) retomada dos níveis de atendimento de serviços de saúde de complexidade secundária à comunidade uspiana e ao(à)s moradore(a)s da região do Butantan; 2) recomposição do corpo funcional do HU de modo a, no mínimo, retornar aos níveis de 2013, “por meio de admissões permanentes, realizadas a partir de concursos públicos”; e 3) ampliar o orçamento anual destinado ao HU, de forma a garantir seu adequado funcionamento.
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