Prossegue no Reino Unido a greve de docentes do ensino superior por melhores salários e aposentadorias
Paralisação em Londres mostra força do movimento (30/11). Foto: Jonas Valente

A greve de 70 mil docentes e pesquisadore(a)s universitário(a)s iniciada em 24/11 prosseguiu nesta quarta-feira (30/11) em 150 instituições de ensino superior do Reino Unido. Representada pelo University and College Union (UCU), a categoria luta por melhores salários, aposentadorias dignas (“pensões”) e melhores condições de trabalho.

Ao comentar o sucesso do primeiro dia de paralisação, a secretária-geral do UCU, Jo Grady, comemorou o fato de que docentes e pesquisadore(a)s compareceram em massa aos piquetes, “desafiando as táticas de intimidação da administração para mostrar que não aceitarão mais salários em queda, cortes nas pensões, cargas de trabalho brutais e condições de trabalho em gig-economy”.

No seu site, o sindicato nacional aponta a existência de graves disparidades salariais no tocante à remuneração do corpo docente, de um lado, e a dos altos administradores das universidades, de outro lado: “Os membros do UCU no ensino superior trabalharam durante a pandemia e geraram receita recorde para o setor, apenas para serem recompensados com ataques a seus salários, condições de trabalho e pensões. A verdade é que não estamos todos juntos nisso. Enquanto nossos membros tiveram seus salários reduzidos em 25% desde 2009, vice-reitores e gerentes seniores receberam salários de seis dígitos”.

Os empregadores oferecem um reajuste de apenas 3%. “Excesso de trabalho, insegurança e baixa remuneração estão impactando nossa atividade e a aprendizagem dos nossos alunos”, diz o UCU. “Nossos empregadores encerraram 2020-2021 com £ 2,4 bilhões a mais no banco, e preferem gastar em projetos suntuosos do que investir na remuneração do pessoal”. A pauta de reivindicações propõe um acordo coletivo justo, bem como medidas para reverter a desigualdade salarial e reduzir a carga de trabalho.

“Os professores e pesquisadores do Reino Unido promovem hoje um ato nacional no terceiro dia de paralisações. Com a inflação passando dos 10%, as universidades querem impor uma perda de mais de 8%. Desde 2009, a categoria já acumula perdas de 25%”, comentou, a pedido do Informativo Adusp, Jonas Valente, pesquisador do Oxford Internet Institute. “E a proposta é ainda mais preocupante considerando que o Reino Unido vive uma crise do custo de vida com a disparada de preços”.

EXPRESSO ADUSP


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