Em meio a uma forte greve que envolve diversas categorias do funcionalismo público federal, o movimento dos docentes das instituições federais de ensino superior mantém-se firme em todo o país. Até o momento em que fechávamos esta edição, havia notícia de manutenção da greve nas assembleias realizadas em 52 instituições, entre elas UFRJ, UFF, UFMG, UFABC, Unifesp, UFPA, UFPE, UFBA, UFSC, UFRG, UFRS, UFSM.

O Comando Nacional de Greve (CNG) do Andes-Sindicato Nacional classifica como “simulacro de acordo” o compromisso firmado entre o governo e o Proifes, entidade chapa-branca. O texto assinado “não atende a melhoria da qualidade da educação pública e não valoriza a carreira docente”, e “os reajustes previstos no acordo atingem a categoria de modo desigual, prejudicando os docentes e aprofundando as distorções, além de não repor, para a maioria dos professores, a inflação efetiva aferida pelos órgãos oficiais de estatística, para o período de 2010-2012, e a prevista para o período de 2013-2015”.

No entender do CNG, o MEC manipulou de maneira ardilosa a informação proveniente da consulta eletrônica realizada pelo Proifes. Ao afirmar que 75% dos professores optaram pela aceitação da sua proposta, o governo omite o fato de que o universo consultado representa somente 3% da categoria! “Fracassou mais uma operação montada pelo governo para acabar com a greve, agora por meio da assinatura do acordo com uma entidade não representativa dos professores em greve”, afirma o comunicado do CNG de 10/8. O movimento se mantém mesmo em algumas das poucas instituições cuja representação está em mãos do Proifes, como a UFBA.

Ainda segundo o CNG, a totalidade das assembleias realizadas “deliberou pela manutenção da greve e repudiou a ação do governo, que ao assinar um acordo com uma entidade não representativa cometeu um ato antissindical e ofensivo ao movimento docente combativo e autônomo”.

Unilateral

O comunicado de 10/8 lembra que desde os primeiros dias da greve “a postura do governo federal com relação ao movimento docente foi desrespeitosa: ignorou a greve; protelou a marcação da  mesa de negociação e quando a iniciou adotou a postura de não dialogar com a categoria docente e com as suas reivindicações”, e que encerra, agora, o processo de negociação “de forma unilateral reiterando suas posições, que apresentam divergências conceituais, políticas e financeiras com o projeto de educação defendido pelo Andes-SN”.

Ainda segundo o CNG, para tentar enfraquecer a greve o governo busca, também, criar uma situação de isolamento do movimento docente. “Para tanto, realiza reuniões, em separado, de outras categorias da educação pública federal, bem como tenta deslegitimar o movimento por meio de notas públicas falaciosas e da busca da adesão dos reitores ao seu projeto, pressionando pela retomada do calendário acadêmico”.

O comunicado saúda “a firmeza da categoria na defesa de suas justas reivindicações, uma vez que após 84 dias mantém uma intensa e vigorosa greve”. Afirma que é preciso, “mais uma vez, tomar as ruas, radicalizar nas ações, unificando-as com os demais setores em greve e pressionar pela reabertura de negociações”, além de reafirmar a disposição do movimento grevista de negociar, sem abrir mão de seus princípios. Pede aos docentes, ainda, uma avaliação do que deve ser priorizado ou relativizado no item de pauta reestruturação da carreira, com vistas à elaboração de uma contraproposta.

 
 

Informativo nº 349

EXPRESSO ADUSP


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