Campanha Salarial 2014
Greve continua! Pauta específica? Só após a negociação salarial geral
Docentes da FAU resolvem aderir ao movimento
Em sessão da Assembleia Geral Permanente realizada nesta segunda-feira 7/7 no Auditório da História, os docentes da USP decidiram pela continuidade da greve, com apenas um voto contrário e quatro abstenções. Foi deliberado também que não serão negociadas pautas específicas (entre as entidades de docentes e funcionários técnico-administrativos e as respectivas universidades) enquanto não houver negociação salarial; e que será feito um convite aos membros das Congregações para discutir as manifestações aprovadas por elas nas unidades, as concepções da Reitoria sobre universidade pública e a situação orçamentária das estaduais paulistas.
Daniel Garcia |
O informe setorial mais festejado na assembleia foi a adesão dos docentes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) ao movimento de greve. Muitas unidades aprovaram o não cadastramento das notas dos estudantes de graduação e pós-graduação, mesmo aquelas que ainda não haviam aderido à greve. É o caso da FAU, onde a categoria deliberou por iniciar o segundo semestre parada.
Em outras unidades foram aprovadas pelas setoriais iniciativas como “Café na Greve”(caso do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina, conhecido pela sigla Fofito), comissões para garantir a mobilização, assembleias conjuntas de duas ou mais unidades, além de grandes atividades marcadas em agosto para retomar a greve com força total. Os docentes do Instituto de Psicologia, adiantando o indicativo da Comissão de Mobilização, cogitam da realização de uma “assembleia magna” na primeira semana de agosto para receber os estudantes, incentivando o debate entre as categorias e iniciando o segundo semestre em greve.
Novo fôlego
Informes trazidos por representantes do Sintusp e do DCE revelam que as outras categorias, mesmo com maior dificuldade no caso dos estudantes, continuam mobilizadas e que a greve pode ganhar novo fôlego tão logo terminem as férias.
O professor Tercio Redondo, da Comissão de Mobilização, expôs uma relação de iniciativas pensadas para os meses de agosto e setembro: teleconferência com a participação do professor Noam Chomsky (cujo estado de saúde atual não permitiria seu deslocamento); aulas inaugurais do segundo semestre nas unidades; aulas públicas sobre grandes professores; visitas aos colegas e aos alunos nas unidades; plenárias com a participação das três categorias etc.
Os professores César Minto e Francisco Miraglia deram informes sobre a reunião de 3/7 entre o Fórum das Seis e o Cruesp, à qual o reitor Marco Antonio Zago não compareceu. O vice-reitor Vahan Agopyan é que representou a USP. “Questionamos Vahan a respeito de que, se não há dinheiro para reajuste, haverá para cobrir pautas específicas? Afinal de contas, elas dizem respeito a dinheiro”, relatou Miraglia. “Dissemos a Vahan que a sua retórica não se sustenta”, acrescentou Minto.
Também foi repassado à assembleia o teor de um comunicado emitido pela Reitoria da Unicamp horas antes, no qual se propunha concessão de auxílio-refeição aos servidores “nos mesmos moldes e valores da USP, com validade a partir do primeiro dia útil após a total normalização das atividades”; discussão da segunda fase do processo de isonomia salarial com a USP; e definição de reuniões para prosseguimento da negociação dos demais pontos das pautas específicas das categorias.
A assembleia discutiu a formação de uma frente de entidades nacionais, sindicatos, movimentos sociais e personalidades, que possa apoiar o movimento de greve na luta contra a intransigência dos reitores e contra o respaldo que o governador Alckmin vem dando ao Cruesp. O debate permitiu a superação de pequenas diferenças e a construção de um formato para essa frente aprovado quase por unanimidade.
Confira aqui o conjunto de deliberações da assembleia
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