Defesa da Universidade
Após iniciar retorno progressivo em 16/11, Unicamp recua e adia a volta ao câmpus para 14/12
Dois dias após ter dado início, nesta segunda-feira (16/11), ao “Período 4 do Plano de Retomada”, com o retorno facultativo de até 25% dos alunos de cada curso e até 60% de professores e funcionários técnico-administrativos às aulas e atividades presenciais, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) decidiu adiar a volta para 14/12.
Em 18/11, a Comissão Interna para Monitoramento da Covid-19 da Unicamp comunicou que o governo estadual “mantém-se alerta à possível ocorrência de aumento nas internações em leitos de UTI, por Covid-19” durante a semana epidemiológica, de 8 a 14/11, “com crescimento de 18% em relação à semana anterior (média diária de internações subiu de 859 para 1.009)”; que, “diante deste cenário”, o governo estadual adiou para o dia 30/11 “a reclassificação das regiões do Estado de São Paulo no plano de reabertura da economia”, antes prevista para 16/11; e que mediante “o princípio adotado pela Unicamp, de seguir o Plano São Paulo, e levando em conta as alterações de cenário”, a Comissão Interna recomenda o adiamento do início do Período 4 do Plano de Retomada às Atividades Presenciais, nos campi da Unicamp, passando, provisoriamente, de 30/11/2020 para 14/12/2020, a fim de se observar a evolução da pandemia”.
Assim, o início do Período 5, inicialmente previsto para 14/12/2020, também passará provisoriamente para 11/1/2021. Nesse mesmo comunicado, porém, a Comissão Interna avalia que o plano de monitoramento da Unicamp para a retomada presencial “está sendo bem-sucedido e a comunidade está aderindo às diretrizes estabelecidas, consciente da gravidade do momento”, e que a universidade “está seguindo o Plano São Paulo com a cautela necessária ante a gravidade da situação”. Afirma ainda não haver “internamente, nenhuma evidência de recrudescimento da pandemia na comunidade universitária”.
A Reitoria da USP, por meio do Grupo de Trabalho para a Elaboração do Plano de Readequação do Ano Acadêmico de 2020 (GT PRAA), tomou a decisão de suspender o retorno compulsório às atividades presenciais — exclusivamente de funcionário(a)s técnico-administrativo(a)s — no dia 16/11, coincidentemente a data em que a Unicamp dava início ao retorno de todas as categorias, logo abortado. Na USP, a determinação draconiana da GT PRAA teve como resposta uma “greve sanitária” de servidores não-docentes, que vem recebendo amplo apoio da comunidade universitária.
Apesar da suspensão momentânea do retorno, ambas as instituições perseveram na submissão ao temerário “Plano São Paulo”, que vem se revelando um enorme fracasso, pois o Estado já ultrapassou a marca dos 41 mil óbitos por Covid-19, com mais de 1 milhão e 200 mil casos confirmados, conforme dados divulgados nesta terça-feira (24/11) pelo próprio governo estadual.
Como admite a Comissão Interna da Unicamp, o “Plano São Paulo” é norteado pela “reabertura da economia”, sacrificando vidas para atender a interesses da iniciativa privada. O “São Paulo Boat Show”, realizado na Raia Olímpica da USP, é o exemplo mais acabado e emblemático da política de alto risco praticada pelo governo João Doria (PSDB) e consubstanciada no “Plano São Paulo”.
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