Diretoria
Nova gestão toma posse e quer entidade “viva e presente”

Daniel Garcia |
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Tomou posse em 1º/7, no auditório da História (foto), a Diretoria da Adusp eleita em maio para o biênio 2011-2013, que tem à frente a professora Heloísa Daruiz Borsari, do Instituto de Matemática e Estatística, e cujos demais integrantes são os professores César Minto, da Faculdade de Educação, 1º vice-presidente; Elisabetta Santoro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), 2ª vice-presidente; Carla Carvalho, do Instituto de Ciências Biomédicas, 1ª secretária; Helder Garmes, da FFLCH, 2º secretário; Jessé Rebello de Souza Jr, da Escola Politécnica, 1º tesoureiro; Marcelo Ventura Freire, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, 2º tesoureiro; Fabiana Cristina Severi, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, diretora regional de Ribeirão Preto; Demóstenes Ferreira da Silva Filho, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, diretor regional de Piracicaba; Sérgio Souto, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, diretor regional de Pirassununga.
O professor João Zanetic, que presidiu a entidade no biênio 2009-2011, fez um balanço dessa gestão, que obteve algumas vitórias importantes, como o acordo celebrado com a Reitoria para pagamento parcial da Ação do Gatilho. Ele apontou as questões que despontaram no período: a ameaça de redução de vagas e fechamento de curso na EACH; o curso pago de graduação oferecido pela Faculdade FIA; a continuação da reforma da carreira docente, cujo teor “exacerba o produtivismo” e é “nefasto para as três universidades”. Zanetic, que foi homenageado com uma longa salva de palmas, destacou também a questão da importância da luta por mais democracia na USP e a realização, em 2009, da Eleição Democrática de Reitor.
Compareceram à cerimônia de posse a professora Virgínia Junqueira, representante da Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Adunifesp); professor Mauro Dias, da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp); Neusa Santana, do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps); professor Francisco Miraglia, da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior-Sindicato Nacional (Andes-SN) e Juliana Borges, do Diretório Central dos Estudantes “Alexandre Vannucchi Leme” (DCE-Livre), bem como os deputados federais Ivan Valente (PSOL-SP) e Newton Lima (PT-SP).
Todos saudaram a nova diretoria da Adusp, e alguns assinalaram a importância da entidade no contexto da luta pela educação pública no país. “É um momento de alegria. A Adunicamp fez questão de estar aqui”, disse o professor Dias. “Foi a partir da Adusp que construímos o Andes”, lembrou Lima. “Precisamos de uma revolução educacional no Brasil”, destacou Valente.
“Tempos duros”
“Entrei na USP em 1975, ainda sob a ditadura militar. Meu pai, militante do Partido Comunista Brasileiro, havia sido preso pelo DOI-CODI no início daquele ano. Felizmente, após quase 45 dias, foi solto e pôde responder ao processo em liberdade”, revelou Heloísa no discurso de posse. Ela ingressou no corpo docente em 1980, contratada como auxiliar de ensino. “Logo me associei à Adusp, dando início a uma militância no movimento docente que já dura 31 anos”, declarou.
Segunda mulher a presidir a Adusp (a primeira foi a professora Judith Klotzel, do Instituto de Ciências Biomédicas, no biênio 1985-1987), Heloísa advertiu para os desafios do movimento docente, em “tempos muito duros”, marcados por “enorme dose de individualismo e apatia, descrença na luta coletiva, nos sonhos de uma sociedade mais justa e igualitária”. A Universidade, acrescentou, “não poderia ficar imune a esse estado de coisas: temos hoje um cotidiano de trabalho cada vez mais pesado; não ser ‘suficientemente produtivo’ (segundo os critérios das instituições de fomento) vira sinônimo de incompetência; as aulas de graduação tornam-se uma grande carga; não há tempo para mais nada além de produzir e seguir produzindo e produzindo”.
Nesse cenário, prosseguiu, “as grandes discussões dão lugar à busca de financiamento para projetos de pesquisa; crescem o individualismo e a cobrança; os salários iniciais da carreira docente mostram-se insuficientes, obrigando os jovens colegas a um grande esforço para cumprir as exigências da CERT e buscar ascender rapidamente na carreira”.
Apesar de tais asperezas, Heloísa mantém sua convicção de que “em torno da Adusp, podemos pensar uma Universidade melhor, não só para os que nela estudam e trabalham, mas principalmente para a imensa maioria da população que dela está excluída”. E reiterou seu “compromisso pessoal, que é também de toda a diretoria, de dedicar os próximos dois anos a um esforço no sentido de aproximar a Adusp dos novos docentes, para que nossa entidade siga viva e presente no cotidiano dos colegas” (vide a íntegra do discurso).
Uma festa no Clube do Professor selou a posse da nova Diretoria.
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