Campanha Salarial 2014
Ato no Palácio dos Bandeirantes pressiona Alckmin por mais verbas para universidades estaduais paulistas

fotos: Daniel Garcia
Na quinta feira, 14/8, ocorreu o maior ato da greve contra a decisão dos reitores de conceder “reajuste zero” para professores e funcionários técnico-administrativos das três universidades estaduais paulistas. Eram cerca de 2.500 manifestantes, representando as três categorias das três universidades, que andaram do Portão 1 da USP até o Palácio dos Bandeirantes, no bairro do Morumbi. O objetivo da manifestação era pressionar o governador Geraldo Alckmin contra o arrocho salarial e por mais verbas para as universidades.
“A nossa greve atravessou a Copa e os reitores acharam que a gente não ia conseguir; a nossa greve atravessou julho e os reitores achavam que a gente não ia conseguir; a nossa greve deve crescer e já cresceu em agosto e os reitores vão ter que nos engolir! Vão ter que negociar conosco!”, disse João da Costa Chaves Júnior, da Associação de Docentes da Unesp (Adunesp).
Magno de Carvalho, diretor do Sintusp, ressaltou mais uma vez que a greve se pauta na defesa da universidade pública: “Nós temos claro que a luta que nós estamos travando na USP, na Unesp e na Unicamp não é apenas por salário, não é uma luta apenas contra o arrocho salarial. Nós estamos defendendo nessa luta a própria universidade pública, gratuita e de qualidade, que está sendo ameaçada de sucateamento e de privatização”.
Demissões
Outro fator que indignou a todos os presentes e foi assunto de muitas das falas foi a matéria publicada em 14/8 pela Folha de S. Paulo, que atribui à Reitoria planos de obter a demissão voluntária de 3 mil funcionários, reduzir a jornada e o salário de docentes e repassar o Hospital Universitário da USP (HU) à Secretaria Estadual de Saúde. “Acabou de chegar nas nossas mãos e foi publicado na Folha de S. Paulo que já estão entregando o Hospital Universitário para a Secretaria Estadual de Saúde e a gente sabe o que quer dizer isso: é a destruição do hospital! Hoje o Hospital Universitário é considerado o melhor hospital público de São Paulo apesar de já estar sendo sucateado, e eles vão entregá-lo, como já entregaram o Hospital de Bauru!”, afirmou Magno. A esse respeito, o professor Ciro Correia, presidente da Adusp, leu nota publicada pela entidade.
Já no Palácio dos Bandeirantes, os manifestantes pediram que fosse recebida uma representação do Fórum das Seis, e o governo concordou em atender a uma comissão de dez pessoas. Foram apresentadas as propostas do Fórum das Seis, as mesmas que discutidas na véspera em reunião da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp, entre elas a imediata interrupção dos descontos relativos à Habitação, o repasse imediato de 0,7% da QPE do ICMS a ser depositada até outubro de 2014, acréscimo correspondente a esses 0,7% aos 9,57% constantes na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2015 e a elevação, na LDO de 2016, para 10% do total do produto do ICMS para as universidades estaduais paulistas.
A comissão foi recebida por dois representantes da Casa Civil, aos quais foi relatada a situação atual de total intransigência do Conselho de Reitores (Cruesp) e a necessidade de mais recursos para as universidades. Os representantes da Casa Civil alegaram que a questão deveria ser tratada com a Assembleia Legislativa, ao que a comissão respondeu que o aumento do repasse só não foi incluído na LDO de 2015 devido à posição do Palácio dos Bandeirantes em contrário. Ficou aberta a possibilidade de uma reunião com o secretário estadual da Fazenda nas próximas semanas.
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