FFLCH lamenta perda de Gustavo Venturi e Lylian Coltrinari

Foto: reprodução

Professor Gustavo Venturi

 

Faleceu nesta quinta-feira (13/1) o professor Gustavo Venturi, docente do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. A direção da faculdade exprimiu “profundo pesar” e manifestou condolências a familiares, estudantes, colegas e amiga(o)s.
 
Em nota de pesar redigida pela professora Nadya Araujo Guimarães, o Departamento de Sociologia afirma que a trajetória de Venturi “foi marcada pelo compromisso com os alvos do coletivo, pela dedicação ao trabalho docente, sempre temperados pela sensatez e afetividade que tornavam mais leves os encargos cotidianos e as relações interpessoais”.
 
Além do trabalho no ensino de Métodos na Graduação em Ciências Sociais, diz a nota, Venturi “foi coordenador-adjunto do Consórcio de Informações Sociais (CIS), teve atuação exemplar como cotutor do PET-CS (Programa de Educação Tutorial, do MEC), foi representante do Departamento na Comissão de Direitos Humanos da FFLCH e assessor do Escritório USP Mulheres, além de pesquisador associado ao Núcleo de Estudos para Prevenção da Aids (Nepaids – USP), e ao Grupo de Pesquisa em DH (IEA – USP)”.
 
“Nos anos mais recentes, a sua agenda intelectual seguia nos animando a explorar fronteiras em temas como moralidade, tolerância à pluralidade identitária, interseccionalidades e direitos humanos”, ressalta o texto.
 
Entre outras atividades, Venturi estruturou e coordenou o Núcleo de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo (2007-2014), “onde desenvolveu pesquisas, animou redes e publicou resultados em estudos pioneiros sobre cultura política, gêneros e sexualidades, raças e etnias, classes sociais, juventudes e velhices”.
 
Especialista em métodos e técnicas de pesquisa, desde 1996 “socializou as ferramentas de análise que dominava em benefício das mais diversas entidades – ONGs, sindicatos, partidos, associações –, entre elas o Sesc (2006-2013) e a Organização Internacional do Trabalho (2013-16)”. O professor também trabalhou por 11 anos no Instituto Datafolha (1985-1996), o qual dirigiu por quatro anos.
 
“O Departamento de Sociologia se orgulha de tê-lo recebido nessa quadra mais recente da sua trajetória e ter podido se beneficiar da sua energia intelectual, sensibilidade pessoal e do inabalável otimismo, expresso no sorriso que o acompanhou até os últimos momentos”, conclui a nota.
 
O Núcleo de Sociologia, Gênero e Sexualidade do departamento, criado em 2018, publicou nota de pesar na qual diz que o professor “será sempre lembrado pela generosidade e disposição em ouvir e dialogar tanto nas salas de aula como em orientações”.
 
Venturi “desempenhou um papel central na democratização do curso de graduação em Ciências Sociais e da pós-graduação em Sociologia da USP, atuando na defesa e implementação de ações afirmativas”, prossegue a nota.
 
“Sua presença afetuosa e empática será sempre lembrada com muito carinho e como uma inspiração para todos e todas. Permanecerá para sempre em nossas memórias”, diz o comunicado. Em sinal de gratidão, o grupo passa a se chamar NÓS – Núcleo de Sociologia, Gênero e Sexualidade “Prof. Gustavo Venturi”.
 
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) da FFLCH também manifestou seu pesar pelo falecimento do professor. Venturi era membro da comissão desde a sua criação, em 2017, e presidiu-a no biênio 2019-2020.
“A questão dos direitos humanos, da tolerância à pluralidade identitária, a questão de gênero e sexualidade são temas que conduziram a sua pesquisa e sua atuação na USP”, diz a nota.
 
“Deixamos as nossas condolências aos familiares e amigos do professor Gustavo. E com tristeza nos despedimos de sua presença tão especial em nossa Comissão, nas salas de aula, nos fóruns e pesquisas que buscavam uma Universidade mais livre, justa e democrática”, conclui o texto.
 
Em sua página no Facebook, o professor Ruy Braga, docente do Departamento de Sociologia, lamenta a morte do colega e diz que “sua sensatez e seu compromisso com um mundo mais justo e humano farão muita falta nesses tempos sombrios”.

Docente era referência em geomorfologia

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Professora Lylian Coltrinari

 

Nesta quarta-feira (12/1), faleceu aos 87 anos a professora Lylian Zulma Doris Coltrinari, docente aposentada do Departamento de Geografia da FFLCH. A diretoria da faculdade e a chefe do departamento, professora Sueli Furlan, manifestaram sua tristeza e expressaram seu pesar à família e amiga(o)s.
 
Nascida na Argentina, Lylian fez graduação e especialização na Universidad Nacional del Litoral, em Santa Fé. Realizou especialização também na Universidade de Estrasburgo, na França (1967-68), e mais tarde doutorou-se em Geografia na FFLCH, com orientação do professor Aziz Ab’Sáber. Naturalizada brasileira, começou a lecionar na faculdade em 1974 e, depois da aposentadoria, seguiu colaborando com a pós-graduação.
 
A Seção Campinas da Associação Geógrafos Brasileiros (AGB) divulgou nota na qual “se solidariza com a comunidade geográfica, que lamenta o passamento da professora”.
 
Ex-aluna(o)s de Lylian Coltrinari manifestaram sua tristeza nas mídias sociais. A professora Celina Pedroso relatou que sempre fala para seus alunos e alunas sobre “o rigor que ela impunha e por isso agradeço”. “Ela ensinava geomorfologia como quem conta histórias, da Terra, das formas, dos processos naturais, me encantava com a sua forma de ensinar, sua alegria, suas cobranças”, escreveu Celina, que ressaltou o “respeito pela sua prática pedagógica”.
 
O professor Alexander Sergio Evaso registrou que teve “a honra de ser seu aluno, e depois amigo”. “Obrigado por me ensinar o que sei de geomorfologia, mas antes disso, obrigado por ter me ajudado a ser um geógrafo. Que nós, os seus alunos, consigamos carregar adiante o ensino da Geografia com a seriedade e a decência com que conduziu suas disciplinas”, apontou.
 

EXPRESSO ADUSP


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