Defesa da Universidade
Morte de funcionário poderia ter sido evitada se Reitoria e HU tivessem adotado “política de efetiva preservação”
![Morte de funcionário poderia ter sido evitada se Reitoria e HU tivessem adotado “política de efetiva preservação”](https://adusp.org.br/wp-content/uploads/2020/11/sapia.jpg)
A pedido do Grupo de Trabalho, que emitiu nota de pesar sobre o falecimento de José Manoel Sápia, o Conselho Deliberativo do Hospital Universitário realizará uma reunião extraordinária na próxima segunda-feira (23/11), tendo como pauta “Análise das Atividades dos Colaboradores do HU com Fatores de Risco
foto: Sintusp
José Manoel Sápia
Após reunir-se nesta terça-feira (17/11), o Grupo de Trabalho ligado ao Conselho Deliberativo do Hospital Universitário da USP (GT-HU) — que reúne representações da Adusp, do Sintusp, do DCE, do Coletivo Butantã na Luta e Superintendência do HU, coordenado pela professora Primavera Borelli (FCF) — divulgou nota pública na qual manifesta “profundo pesar e consternação face à morte do colega José Manoel Sápia, funcionário da Farmácia do HU, em decorrência da Covid-19”, que a seu ver “poderia ter sido evitada se desde o início da pandemia a Reitoria e a Direção do HU tivessem adotado uma política de preservação da saúde e da vida de trabalhadoras e trabalhadores do HU, assim como também de usuárias e usuários”.
Vale lembrar que em mensagem sobre o HU enviada em 2/4/2020 a Reitoria afirma: “No Hospital Universitário (HU), a dispensa irrestrita do trabalho para o contingente específico de funcionários com idade superior a 60 anos, com comorbidades ou com filhos menores de 10 anos equivale, na prática, a fechar a instituição, pois esse grupo corresponde a cerca de 30% dos recursos humanos do HU”. Numa tentativa de justificar que não dispensaria as pessoas, alega que nos “setores de saúde, ou se vira as costas à missão de salvar vidas, ou mantemos as atividades presenciais.” Ou seja: parece que a Reitoria escolheu virar as costas para funcionárias e funcionários do HU.
Ainda segundo a nota do GT-HU, esse grupo, criado em junho deste ano, tem defendido desde o início que aqueles funcionários e funcionárias que compõem grupos de risco sejam afastados do trabalho presencial, “sem que essa importante iniciativa tenha sido acatada pela USP, o que é inaceitável, sobretudo pelo fato de tratar-se de uma instituição pública, da qual se espera comportamento exemplar”. Tal situação, acrescenta, “não pode continuar, por esse motivo, reunido na presente data, o GT-HU deliberou exortar publicamente a Reitoria e a Direção do HU a adotar imediatamente uma política de efetiva preservação da saúde e da vida das pessoas”.
No mesmo dia 17/11, o GT-HU encaminhou ofício ao presidente do Conselho Deliberativo (CD-HU), Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho, solicitando-lhe a convocação emergencial do colegiado, “com vistas à adoção imediata de uma política que preserve a saúde e a vida das (os) trabalhadoras (res) do Hospital Universitário”.
No dia seguinte, Barros Filho informou aos membros do CD-HU o agendamento de uma reunião extraordinária por videoconferência, a realizar-se na próxima segunda-feira (23/11), às 8 horas, tendo como pauta única a “Análise das Atividades dos Colaboradores do HU com Fatores de Risco”.
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