“Viemos aqui reivindicar uma audiência pública sobre cotas para começar um processo para colocar pobre, preto e o povo da periferia dentro dessa universidade”, dizia no carro de som um militante da Rede Emancipa, movimento social de cursinhos populares, durante ato realizado em 24/2. O protesto reuniu cerca de 50 manifestantes, em sua maioria estudantes advindos da rede pública de ensino, que se concentraram em frente à Reitoria da USP empunhando cartazes e tambores e entoando palavras de ordem.

A estudante de Ciências Sociais e coordenadora da Rede Emancipa, Bianca Cruz, afirma que o ato durante a calourada é apenas o início de um processo de mobilizações sobre o tema na universidade. “A USP é uma universidade excludente, elitista e racista. Só um movimento que conte com alunos, professores e funcionários conseguirá pressionar para que isso mude”, afirmou. “Cotas é a única maneira de reverter esse cenário imediatamente”.

Esteve presente no ato o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), responsável por projeto de lei (PL 208/2009), que prevê a destinação de 50% das vagas das universidades públicas estaduais paulistas para egressos de escolas públicas, com recorte racial proporcional à porcentagem de negros e indígenas na população segundo o IBGE. “Em São Paulo vivemos um privatismo educacional, as universidades públicas contemplam a elite educacional, o aluno de escola pública não tem acesso porque tem que concorrer com os alunos das escolas privadas”, avalia o deputado.

Durante o ato, foi protocolado na Reitoria pedido para que seja realizada uma audiência pública sobre cotas. O debate do tema foi promessa de campanha de João Grandino Rodas. A audiência será marcada em março, segundo a Rede Emancipa.

 

Matéria publicada no Informativo nº 301

EXPRESSO ADUSP


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