No dia 3/9, servidores públicos de 18 categorias ligadas à Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) voltaram a trabalhar após mais de  dois meses em greve, conforme decisão de plenária nacional realizada em 28/8. Essas categorias optaram por assinar acordo com o governo federal, aceitando a proposta de reajuste salarial de 15,8% (parcelado em três anos, a partir de 2013).  Permaneceram em greve, contudo, os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Polícia Federal e os docentes das instituições federais de ensino superior (IFES), representados pelo Andes-Sindicato Nacional.

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink, diz que a categoria não abrirá mão “da reestruturação da carreira e da inserção na tabela de remuneração de nível superior”. Segundo Wink, os policiais federais, que têm hoje salários entre R$ 7,5 mil e R$ 13 mil, não recebem reajuste há mais de três anos. Ele também destaca que atos para os próximos quatro meses foram agendados a fim de continuar o movimento – a Polícia Federal está em greve desde 7/8.

Carreira

O Andes-SN e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), representantes da maioria docente, recusam-se a ratificar o acordo firmado pelo Proifes com o Ministério do Planejamento em 3/8.  As entidades exigem a reestruturação da carreira e querem que os aposentados se beneficiem com os reajustes.

Em nota emitida no dia 2/9, o Comando Nacional de Greve do Andes-SN diz que o governo “não iniciou qualquer discussão efetiva com o CNG/Andes acerca da pauta das condições de trabalho. Questões como expansão universitária, infraestrutura, con­tratação e capacitação de docentes, condições para permanência docente em lugares de difícil acesso, dentre outras, não foram tratadas”.

O Andes-SN divulgou em comunicado, em 9/9, a posição dos docentes quanto à continuidade do movimento, em votação realizada no Comando Nacional de Greve: 17 delegados das universidades votaram pela manutenção da greve, ao passo que 13 defenderam a suspensão unificada da greve. Tais posições refletiram decisões da base, tomadas nas assembleias realizadas entre 3 e 6/9. O documento também indicou enca­minhamentos para as próximas assembleias pelo Brasil. Continuidade da greve, luta pela reabertura das negociações, posi­cionamento em relação ao PL 4368/12 e sua tramitação, destacando a disputa em defesa dos princípios da proposta de carreira do Andes-SN.

Retorno

Em 2/9, porém, os professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiram encerrar a paralisação. Segundo a assessoria de imprensa da Asso­ciação dos Docentes (Adufrj), 513 docentes participaram da assembleia que votou, por ampla maioria, o retorno às aulas com indicativo para dia 10/9.

Segundo o CNG/Andes, também encerraram a greve a Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A greve começou no dia 17/5 e paralisou por três meses 58 das 59 universidades federais do país.

Frente à resistência, a postura do governo é intransigente. Em entrevista à Agência Brasil, o ministro Aloísio Mercadante, da Educação, afirmou que “não há a menor possibilidade de negociação, porque o orçamento [da União] já foi encaminhado ao Congresso”.  Fazendo referência ao acordo assinado com o Proifes, o ministro afirmou que a categoria vai receber “no mínimo, 13% em março do ano que vem”, e que isso “é mais do que todo o resto do funcionalismo vai receber em três anos”. Além disso, acrescentou, “eles vão continuar recebendo, no mínimo, 25% até 40% de reajuste”.

 

Informativo nº 351

 

EXPRESSO ADUSP


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