Greves de servidores(as) na Unicamp, contra ponto eletrônico, e Unesp, por equiparação salarial à USP
Representantes das entidades repudiam medidas da Reitoria da Unicamp (foto: Fórum das Seis)

Dois movimentos por melhores condições de trabalho ocorrem neste momento no sistema público de ensino superior de São Paulo: as greves de servidores(as) técnico-administrativos(as) da Unesp, iniciada no dia 8/8, e da Unicamp, iniciada nesta segunda-feira (28/8). O Fórum das Seis, que articula sindicatos e diretórios centrais e representação dos(as) estudantes das três universidades estaduais paulistas e do Ceeteps, emitiu notas de apoio às greves.

Na Unicamp, a greve foi aprovada após ato público organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) em 24/8. “Além da recusa da Reitoria da Unicamp em negociar a pauta específica da categoria, o movimento tem como bandeira central o repúdio à implantação do ponto eletrônico. Trata-se de impor uma medida sem qualquer negociação com a entidade representativa da categoria, a partir do uso de 47 aparelhos de controle eletrônico adquiridos em 2009 e nunca utilizados”, destaca a nota do Fórum das Seis.

“A Unicamp jamais fez uso de tal expediente e, ao longo de sua história, inclusive graças ao trabalho dedicado de seus servidores e servidoras, projeta-se como uma das principais universidades públicas do país, em ensino, pesquisa e extensão. O Fórum das Seis insta a Reitoria da Unicamp a garantir o diálogo democrático com o STU e a rever a imposição do ponto eletrônico”, diz ainda o Fórum.

Na USP, a experiência de implantação do sistema de controle de ponto eletrônico que a Unicamp pretende impor indica que esse modelo afetou negativamente as tarefas administrativas, científicas e serviços prestados pela universidade. Apesar da resistência da categoria, o controle de ponto eletrônico foi imposto “a ferro e fogo” pela Reitoria, gerando aumento dos casos de assédio moral, adoecimento e afastamento de trabalhadores.

Nesta quarta-feira (30/8), o assunto foi debatido em audiência pública na Assembleia Legislativa (Alesp), por iniciativa do deputado Carlos Giannazi (PSOL), com a participação da presidenta da Adusp e coordenadora do Fórum das Seis, professora Michele Schultz, e de dirigentes do STU.

Fórum das SeisFórum das Seis
Professora Michele Schultz se manifesta em audiência pública na Alesp

Categoria considera insuficiente proposta da Reitoria da Unesp de conceder mais duas referências

No dia 24/8, oriundas de todo o estado, cerca de 500 pessoas realizaram um grande ato público no campus de Assis da Unesp, durante sessão do Conselho Universitário. A principal reivindicação do movimento coordenado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp) é a equiparação salarial da categoria com os(as) colegas da USP, uma vez que os-as trabalhadores(as) da Unesp chegam a receber até 40% menos que os da USP que desempenham as mesmas funções.

No decorrer de negociação com o Sintunesp, em 15/8, a Reitoria ofereceu, para mitigar o desnível, aumento equivalente a duas referências (cerca de 10%) nos salários que serão pagos no início de outubro. As assembleias de base da categoria avaliaram que essa proposta, embora represente um passo importante na conquista da equiparação, é insuficiente.

“Isso devido a dois fatores: 1) o tamanho do prejuízo que a categoria acumula com a falta de isonomia há mais de 10 anos; 2) a ausência de um cronograma objetivo de continuidade de implantação da equiparação ainda na gestão atual. Isonomia para trabalhadoras e trabalhadores da Unesp!”, conclui o Fórum.

Por outro lado, foi suspensa em 21/8 a greve de docentes e de servidores(as) técnico-administrativos(as) do Centro Paula Souza (Ceeteps), deflagrada em 8/8. Após decisão tomada pelo Comando de Greve, docentes, funcionários(as) e auxiliares docentes das escolas técnicas (ETECs) e faculdades de tecnologia (Fatecs) foram surpreendidos com a decisão autoritária do governo estadual de descontar os dias parados, independentemente do compromisso com a reposição.

“O Fórum das Seis enviou ofício ao governador do estado, Tarcísio de Freitas, ao secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, e à superintendente do Centro, Laura Laganá, em que repudia a medida e cobra a negociação da reposição e pagamento integral dos dias com o sindicato representativo da categoria, o Sinteps. O documento foi enviado em cópia aos deputados e às deputadas estaduais, bem como ao Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), para que se manifestem a respeito”, diz nota do Fórum.

EXPRESSO ADUSP


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