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Demitido pelo diretor da FOB após processo disciplinar, professor que montou currículo do curso de Medicina de Bauru deve impetrar mandado de segurança contra a decisão
O professor Gerson Alves Pereira Jr., demitido pela direção da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) em 31/10 após conclusão de processo administrativo disciplinar (PAD) que o responsabilizou por suposto acidente com um aluno do curso de Medicina, declarou ao Informativo Adusp nesta sexta-feira (1/11) que irá impetrar um mandado de segurança contra a medida. A demissão do professor foi noticiada em primeira mão pela coluna “Entrelinhas”, do Jornal da Cidade de Bauru.
Autor do currículo do curso de Medicina de Bauru, Pereira Jr. era anteriormente lotado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), tendo se transferido para a FOB a convite do professor José Sebastião dos Santos (FMRP), presidente da Comissão de Implantação e primeiro coordenador do curso, e da professora Maria Aparecida Moreira Machado (Cidinha), então diretora da FOB e atual pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária. Desse modo, ele se tornou o primeiro professor do curso.
Ao que se sabe, o docente foi acusado de haver provocado ferimento em um aluno, que teria sofrido choque elétrico e queimadura durante aula prática com um desfibrilador. Contudo, ele nega que o aluno tenha sofrido qualquer dano e diz contar com depoimento nesse sentido, prestado à comissão processante, de outro estudante que presenciou a aula.
Ao Informativo Adusp, Pereira Jr. descreveu assim o anúncio de sua demissão, quando se encontrava em reunião com representantes de outra instituição: “Fui avisado ontem à noite. O diretor praticamente invadiu a sala, me chamou para fora, junto com o vice-diretor e o coordenador do curso, e disse: ‘O senhor está demitido’”.
Alvo, meses atrás, de ataques verbais do diretor da FOB, Carlos Ferreira dos Santos, em razão de divergências quanto ao projeto do curso de Medicina, Pereira Jr. relata um cenário de perseguição política: “Me tiraram do Sistema USP. Já conversaram com meus orientandos para que procurassem outros orientadores”. Ele diz, ainda, que a composição da comissão processante não contemplou a participação de um membro da Procuradoria Geral (PG-USP): “Eram dois dentistas e um médico. Precisaria ter alguém do jurídico”.
O Informativo Adusp encaminhou à direção da FOB uma série de perguntas sobre o caso. No entanto, recebeu da assessoria de imprensa da unidade, após algumas horas, a informação de que “no momento a Direção da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP não vai se manifestar a respeito deste assunto”.
Questões que a direção da FOB deixou de responder
A diretoria da FOB deixou de responder aos seguintes questionamentos sobre a demissão do professor, entre outros:
- “Qual foi exatamente a denúncia que deu origem ao processo administrativo? Quais foram os procedimentos de apuração do caso?”
- “Foi instaurada uma comissão processante antes da abertura do processo administrativo disciplinar (PAD)? Quem a integrava e quais foram as suasconclusões?”
- “A demissão do professor foi publicada no Diário Oficial? Quando?”
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