Universidade
Assembleia Geral da Adusp aprova paralisação da categoria até 2/10, e participação em ato na Reitoria nesta quinta (28/9)
A Assembleia Geral da Adusp realizada nesta terça-feira (26/9) no Auditório Nicolau Sevcenko, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), com participação das unidades do interior por videoconferência, aprovou paralisação da categoria até a próxima segunda-feira, dia 2/10, quando ocorrerá nova assembleia geral às 16h para deliberar sobre indicativo de greve.
A Assembleia Geral debateu a gravíssima situação criada na USP pelas gestões de M.A. Zago e Vahan Agopyan e agravada pela intransigência da gestão Carlotti Jr.-Nascimento Arruda, e considerou fundamental apoiar a greve estudantil iniciada na semana passada, que tem como eixos a contratação de docentes em número igual ao das perdas acumuladas e a permanência estudantil.
Outras deliberações da Assembleia Geral de 26/9 relativas à paralisação:
- Realização de assembleias setoriais nas unidades.
- Participação no ato convocado pelo DCE-Livre da USP durante reunião com a Reitoria, nesta quinta-feira (28/9), às 9h30, em frente ao prédio da Reitoria.
- Carta aberta para ampla divulgação (ler abaixo).
Carta aberta da Assembleia da Adusp de 26/9/23
Há muito consta da pauta de reivindicações da Adusp e do Fórum das Seis a recomposição do quadro de servidora(e)s docentes e técnico-administrativa(o)s da USP, Unesp e Unicamp, as três universidades estaduais paulistas.
Essas universidades tiveram ao longo das últimas décadas uma significativa expansão, sem que houvesse a devida contrapartida de financiamento e de contratação de servidora(e)s.
Os dados disponíveis no Anuário Estatístico da USP são alarmantes!
De 1995 a 2022 temos:
- o número de cursos de graduação cresceu cerca de 150%;
- as vagas na graduação cresceram mais de 60%;
- o crescimento de estudantes matriculados na graduação foi de quase 80% e na pós-graduação de quase 50%;
- os títulos de mestrado e doutorado outorgados no período cresceram mais de 100%.
No entanto, o número de docentes cresceu apenas 2% e de técnico(a)s-administrativos decresceu em 15% em relação a 1995.
Se considerarmos o período de 2014 até agosto de 2023, o corpo docente da USP encolheu 17,5%. A situação nas duas outras universidades é ainda pior!
As consequências dessas disparidades são visíveis no dia a dia de estudantes, docentes e funcionário(a)s: disciplinas que não são oferecidas ou o são de forma precária, turmas com superlotação, sobrecarga de trabalho, cursos e áreas ameaçadas de extinção, entre outras.
A Adusp reitera a proposta de parâmetros para contratação docente aprovada na assembleia de 13/9/23 e manifesta total apoio ao movimento das e dos estudantes que, ao reivindicarem a recomposição do quadro docente, estão de fato defendendo a universidade pública!
Proposta de parâmetros para distribuição de claros docentes pela universidade e para a abertura de concursos nas unidades
- Disponibilizar, em caráter emergencial e de imediato, claros docentes, a serem preenchidos mediante a realização de concurso público, naqueles cursos em que disciplinas não estão sendo oferecidas por insuficiência de docentes, ou estão sendo oferecidas de forma precária, com sobrecarga para a(o)s docentes.
- Todos os departamentos ou órgãos equivalentes e respectivas áreas/especialidades devem receber, até 2025, um número de claros para realização de concursos, em quantidade equivalente às vagas geradas por rescisões, exonerações, aposentadorias e falecimentos, contabilizadas desde 2014.
- Realizar estudos para melhor qualificar as necessidades de cada unidade e departamento, construindo efetiva igualdade de condições de trabalho e realização das atividades de ensino, pesquisa e extensão.
- Suspender todo e qualquer processo de concessão de vagas que implique concorrência entre departamentos e unidades.
- Deve se assegurar reserva de vagas para docentes PPIs nos concursos públicos, de forma a garantir efetivas políticas de ações afirmativas, e devem ser observadas a questão de paridade de gênero e a inclusão de pessoas trans.
<baixe o PDF da carta>
Descriminalização do aborto, Plenária dos Servidores e saúde mental
Além das questões relativas à greve, a Assembleia Geral de 26/9 aprovou a participação da entidade em três atividades importantes que terão lugar ainda nesta semana:
- Ato pela descriminalização e legalização do aborto: 28/9.
- 1ª Plenária dos Servidores Públicos Estaduais: 30/9, das 9h às 14h.
- 1ª Conferência Livre Nacional de Saúde Mental: 30/9, às 15h.
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