Universidade
Sessenta anos do golpe militar de 1964, que “ainda tortura o Brasil”; universidade, neoliberalismo e negócios; entrevista com Gudynas. “Revista Adusp” comemora 30 anos de existência
                     A Revista Adusp, publicação da Associação de Docentes da Universidade de São Paulo, está completando trinta anos de existência, pois sua primeira edição foi publicada em dezembro de 1994. A edição 68 da revista, cuja versão digital acaba de ser publicada no site da Adusp, trabalha três temáticas fortes: o sexagésimo aniversário do golpe militar; o avanço do mercado nas universidades públicas brasileiras, e em especial na USP; o biocentrismo e os “Direitos da Natureza”.
O golpe de Estado de março-abril de 1964 destituiu o governo de João Goulart (Jango), barrou as chamadas “reformas de base”, reprimiu e desarticulou o movimento popular e democrático (em especial os sindicatos e as organizações camponesas) e instituiu o mais longevo regime ditatorial da República brasileira (1964-1985), abrindo caminho à supremacia do capital financeiro e ao advento do neoliberalismo nas suas diferentes facetas.
A edição 68 traz artigos de autoria dos docentes e pesquisadores acadêmicos Osvaldo Cogiolla (USP), Fernando Sarti (Unifesp), Rodrigo Molina (UFES) e Gabriel Bastos (UFRRJ), além de belíssimo texto da cineasta Marta Nehring sobre seu pai, Norberto Nehring, docente da então Faculdade de Economia e Administração (FEA-USP) assassinado pela Ditadura Militar em 1970.
A revista publica um pequeno dossiê referente à questão do “empreendedorismo” e da “inovação” nas universidades brasileiras, com artigo de Érico Pinheiro de Paula e Adalberto Mantovani de Azevedo e uma extensa reportagem sobre a expansão do mercado privado na USP, de autoria dos jornalistas Pedro Pomar e Paulo Hebmüller, a qual revela as impressionantes cifras em jogo.
Uma entrevista concedida a integrantes do GTPAS, Grupo de Trabalho em Políticas Agrárias e Socioambientais da Adusp, permitirá que nossas leitoras e leitores conheçam a trajetória e as contribuições do pesquisador uruguaio Eduardo Gudynas no tocante ao pensamento biocêntrico e aos postulados dos chamados Direitos da Natureza.
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