A Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, coletivo composto por mais de 80 associações, sindicatos e entidades representativas do funcionalismo público paulista, emitiu nota pública de solidariedade aos(às) profissionais da educação e à comunidade escolar da Escola Estadual Thomázia Montoro, no bairro da Vila Sônia, na capital paulista, pela tragédia ocorrida neste dia 27/3 (segunda-feira), quando um aluno de apenas treze anos agrediu, a golpes de arma branca, colegas e professoras, até ser contido pela própria equipe da escola. Ferida pelo estudante, a professora de ciências Elisabete Tenreiro veio a falecer.

“A Frente Paulista ao se solidarizar com as vítimas e a comunidade escolar entende que ninguém deveria se sentir inseguro em seu local de trabalho e estudo. Sabemos o quanto episódios como este comovem a opinião pública, impactando no cotidiano das instituições públicas, que ficam sob holofotes apenas nestas tristes circunstâncias”, diz a nota.

“Mas também sabemos que não se trata de fato isolado. A fragilidade em que se encontram as escolas públicas estaduais: equipes incompletas, trabalhadores(as) com contratos precários, implementação de programas de forma autoritária, sem o devido diálogo com a comunidade escolar são alguns dos exemplos a serem considerados. Tudo isso somado a uma conjuntura
de revanchismos, violência e desrespeito às instituições escolares e seus(suas) profissionais, o que têm potencializado a possibilidade de ataques como o que assistimos nesta manhã”, acrescenta.

“Sabemos que não basta a escola para cuidar do bem precioso que é a formação da nossa juventude. As instituições escolares são parte de uma rede de proteção à infância e adolescência composta por agentes públicos de diferentes áreas como assistência social, saúde, segurança, que precisam também de infraestrutura, equipes completas e estáveis, condições de trabalho e atuação”, afirma a nota.

“Por isso, a Frente Paulista é avessa à ideia do punitivismo individual como solução a este triste episódio, ainda que seja a favor da responsabilização dentro dos ditames legais, mas entendendo que não se trata somente de questão de segurança. É preciso aferir todos os elementos que resultaram nesse lamentável e triste episódio”.

Por outro lado, destaca, o momento agora é de solidariedade às vítimas e suas famílias. “Não deixemos que as condições que podem ter contribuído para este triste episódio sejam esquecidas tão logo sejam substituídas por outras manchetes. Para cuidar de gente há de se investir em gente! E isso se faz com serviço público de qualidade, com profissionais
valorizados(as) e respeitados(as)”.

A nota registra especiais condolências à família, amigos(as) e colegas da professora Elisabete Tenreiro, e chama atenção para a necessidade de lutar contra o descaso do governo estadual e pelo fim da insegurança nas escolas da rede pública estadual.

EXPRESSO ADUSP


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