USP, Unesp e Unicamp, assim como as universidades federais paulistas Unifesp, UFSCar e UFABC, anunciaram no último dia 11 de novembro a adesão, a partir de 2025, a um “novo modelo de cursos de Pós-Graduação”, que consiste na passagem acelerada do mestrado para o doutorado. Nessa data foi assinado, com essa finalidade, um protocolo de intenções entre a Capes, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e as seis instituições paulistas de ensino superior.

O projeto, intitulado “Plano de Aperfeiçoamento da Pós-Graduação” (PAPG), tem por objetivo, conforme matéria publicada no Portal da Unicamp, “dinamizar o processo formativo, oferecer trilhas formativas diversas mais adequadas, com a aquisição de competências esperadas dos pós-graduandos, e uma cooperação mais estreita com a sociedade”. A adesão dos PPGs será voluntária.

Importante notar que PAPG exclui os programas que tenham nota inferior a “6” na avaliação da Capes. O Jornal da USP, órgão oficial da Reitoria, informou a respeito que “os programas de pós-graduação de excelência das seis universidades públicas paulistas, com notas 6 ou 7 na avaliação da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), poderão adotar mudanças estruturantes no modelo de seus cursos de pós-graduação”.

Ainda de acordo com a publicação da Reitoria da USP, o protocolo assinado “incentiva os programas a adotarem mudanças que possibilitarão uma pós-graduação mais atrativa, diversificada e compatível com as demandas da sociedade”. O texto sinaliza um mestrado mais aligeirado e orientado para uma formação voltada ao mercado: “Essas mudanças objetivam tornar os programas mais flexíveis, modernizando o conteúdo das disciplinas, oferecendo atividades extramuros, dando novo significado ao mestrado e dinamizando o doutorado”.

Ao final da primeira etapa do mestrado, de um ano, se obtiver aprovação no exame de qualificação, o aluno ou aluna poderá “prosseguir no mestrado para concluí-lo em mais um ano, ou converter o mestrado em doutorado, que deverá ser concluído em até quatro anos”.

Os programas de Pós-Graduação, prossegue o Jornal da USP, “também deverão oferecer modelos formativos ligados à inovação, ao empreendedorismo, à inserção social e às atividades industriais ou públicas, com a atuação direta em empresas ou em órgãos estatais” (destaques nossos).

O Portal da Unicamp, por sua vez, evidencia a inclinação pró-mercado do PAPG, ao considerar que “a formação na pós-graduação deve oferecer competências e habilidades para além do projeto de pesquisa — respeitando-se os objetivos do estudante —, fornecendo aprendizagens humanísticas, éticas, de empreendedorismo e com maior integração com a sociedade” (destaques nossos).

EXPRESSO ADUSP


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