Memória
Pablo Rubén Mariconda (1949-2025), presente!
Professor titular aposentado do Departamento de Filosofia da FFLCH, autor de traduções exemplares de Galileu e Descartes, o docente notabilizou-se como um crítico consistente e incansável do paradigma da “tecnociência” e dos vínculos entre universidade e capital

Faleceu na última sexta-feira, 15 de maio, aos 75 anos, o professor titular aposentado Pablo Rubén Mariconda, que por mais de cinco décadas lecionou no Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP). Mariconda destacou-se no campo dos estudos de filosofia, história e sociologia da ciência, tornando-se uma referência fundamental em teoria do conhecimento e na investigação das relações entre ciência, tecnologia e sociedade. Traduziu as obras de Galileu Galilei, publicadas em primorosas edições, bem como de René Descartes, Bertrand Russell e outros autores admiráveis. Formou e encantou gerações de pesquisadores e pesquisadoras que atualmente são docentes em diferentes universidades, e que enaltecem sua dedicação à ciência, bem como sua integridade, lealdade e generosidade.
Em 2003 Mariconda criou a Revista Latino-Americana de Filosofia e História da Ciência, Scientiæ Studia, e no ano seguinte a Associação Filosófica Scientiæ Studia, “para dar apoio às atividades editoriais da revista” e da coleção de estudos sobre a respectiva temática, conforme ele próprio relatou no seu currículo Lattes. Em 2008, atendendo a um convite do então diretor do Instuto de Estudos Avançados (IEA-USP), Cesar Ades, constituiu naquela unidade o Grupo de Pesquisa “Filosofia, História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia”. Criou idêntico GT na Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof).
Atualizado em fevereiro de 2025, o currículo Lattes fornece um instigante resumo de sua trajetória como pesquisador: “Tem atuado nas áreas de filosofia, história e sociologia da Ciência e da Tecnologia, dedicando-se principalmente aos seguintes temas: Revolução Científica dos séculos XVI e XVII (com especial ênfase em autores como Copernico, Bruno, Kepler, Galilei, Descartes, Huygens e Newton); Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX; valores cognitivos e valores sociais na pesquisa científica e no desenvolvimento tecnológico; relações entre ciência, tecnologia e sociedade”.
Mariconda graduou-se em Filosofia em 1971, obteve mestrado em 1979 e doutorado em 1986, sempre pela USP. Ingressou no corpo docente da universidade, como “auxiliar de ensino”, já em 1972, no mesmo ano em que iniciou seu mestrado, sob a orientação do professor Oswaldo Porchat de Assis Pereira da Silva. Tornou-se professor titular em 2005. Em 2008 cursou pós-doutorado no Centro Nacional de Pesquisa Cientifica da França (CNRS), como bolsista da Fapesp. Chefiou por duas vezes o Departamento de Filosofia e coordenou por duas vezes o Programa de Pós-Graduação em Filosofia.
Mariconda deixa os filhos Pedro, Letícia e Antonio, de seu casamento com a jornalista Norma Freire (falecida em 2019), e o neto Rafael. Sua morte, quando se encontrava ainda em plena atividade intelectual, causou grande consternação, como se depreende da leitura de diversos textos publicados in memoriam, no site da FFLCH e em outras entidades e mídias. O Departamento de Filosofia lhe renderá homenagem na próxima sexta-feira, 23 de maio, das 14h às 17h30, no Auditório 14 do prédio de Ciências Sociais e Filosofia.
“Além de grande e leal amigo, o professor Pablo Rubén Mariconda (31/10/1949-15/05/2025) foi nossa principal referência em teoria do conhecimento e filosofia da ciência no Departamento de Filosofia da USP e, com todos os méritos, tornou-se em 2005 o primeiro professor titular dessa área. Nós o conhecemos por volta de 1974, ocasião em que nos impressionou sua extraordinária vocação para o ensino de filosofia”, relatam Caetano Ernesto Plastino e José Raymundo Novaes Chiappin, ambos hoje docentes da FFLCH.
“Sua presença em sala de aula era marcante, com barba e cabelos longos, voz firme e segura, impecável uso da lousa, profundo domínio dos temas tratados e extrema seriedade. Nas conversas após as aulas havia, contudo, um clima de descontração. Os alunos deparavam-se com um professor gentil, generoso, sorridente, com entusiasmo contagiante e sempre disposto a auxiliar quem demonstrasse interesse”.
Plastino e Chiappin explicam que Mariconda manteve por décadas a fio grupos de estudo e pesquisa com alunos de graduação e pós-graduação, “e seu modo característico de trabalhar em equipe resultou na formação de dezenas de pesquisadores e professores universitários”, em diferentes estados do Brasil.
“Em suas teses de mestrado, doutorado e livre-docência e outros numerosos trabalhos acadêmicos, ele transitou, com notável erudição e rigor, por um vasto campo de estudos da ciência: em filosofia das ciências naturais (especialmente as concepções de [Karl] Popper e [Pierre] Duhem), em história da ciência (com destaque para as magníficas traduções comentadas de obras de Galileu) e em discussões contemporâneas das relações entre ciência, tecnologia e sociedade (dando continuidade às propostas de [Hugh] Lacey). Suas pesquisas mais recentes exploraram a relação entre arte, técnica e ciência na passagem do Renascimento ao início da ciência moderna (de Dante a Galileu). Sempre trabalhou intensamente e há poucas semanas concluiu a revisão de uma tradução ricamente ilustrada e comentada de obra do jovem Galileu”.
Sobre a Associação Scientiæ Studia, os autores contam que Mariconda “investiu seus próprios recursos na compra e completa reforma de uma casa no Butantã, preparada para realizar reuniões e seminários e abrigar milhares de livros e revistas em grandes estantes metálicas construídas sob medida”. Ainda segundo Plastino e Chiappin, a postura assertiva do professor “sempre esteve acompanhada de um coração meio brasileiro e meio argentino, de uma atitude quase paternal com os alunos, de extremo zelo pelos filhos e crescente preocupação com os problemas que afligem a humanidade”, atitude na qual “lembrava seu pai italiano Letício, que com ele cursou a graduação e o auxiliou na revisão de várias traduções”.
Outra homenagem partiu do professor Valter Alnis Bezerra, que aponta a “sua energia aparentemente inesgotável, e sua capacidade de agregar grupos e formar gerações de professores e pesquisadores”, quase como se ele fosse, “por si só, uma instituição inteira de pesquisa”. O texto registra que sua voz “tonitruante, em que cada palavra soava nítida e clara, era facilmente ouvida no corredor”, e que o raciocínio filosófico, a didática em aula e a “leitura cuidadosa dos autores” eram tão claras quanto sua fala. “Mas Pablo não queria ser um solista; ele era uma pessoa do grupo, da comunidade, do coletivo, alguém que queria sempre encontrar formas de juntar forças com outras pessoas em busca de propósitos os mais elevados”, ressalta Bezerra.
“O grupo de estudos dirigido por ele no Departamento de Filosofia, que se reuniu regularmente e com frequência durante décadas, agregava os orientandos de mestrado e doutorado, de iniciação científica, professores de outras instituições e participantes que tinham afinidade com os temas. O grupo era animado por tamanho ímpeto e motivação que, lembro-me bem, em certo ano (eu estava no doutorado, creio) iniciou as reuniões em pleno dia 2 de janeiro — com todo mundo presente, mesmo com o campus da Universidade ainda praticamente vazio. Esse era o poder catalisador e agregador do Pablo”.
A coesão do grupo de estudos, acrescenta, estendia-se aos “fortes vínculos de amizade que se estabeleciam entre os integrantes, amizades que perduraram durante toda a vida”. Mariconda “foi um grande formador”, diz Bezerra. “De norte a sul do Brasil, em um sem-número de universidades, encontram-se hoje docentes que um dia foram seus alunos e alunas. Sua influência, seu exemplo, fazem-se sentir maneira muito concreta e positiva, e continuarão a ser sentidos por muito tempo”, assinala.
“Pablo tinha uma disposição invejável para enfrentar os detalhes burocráticos inerentes aos processos de costurar acordos de cooperação acadêmica interinstitucional, e também para trazer professores visitantes para o Departamento de Filosofia. Repetidamente convidava e recebia os professores Michel Paty e Hugh Lacey, que tanto contribuíram para a formação de filósofos e filósofas no Brasil, em suas muitas vindas ao nosso país, ao longo de décadas”, afirma. “Juntamente com Lacey, nos anos 2010, Pablo desenvolveu a versão mais madura e articulada do Modelo de Interação Ciência-Valores (MI-CV: ver, por exemplo, os artigos de 2014 da dupla, nas revistas Estudos Avançados e Scientiae Studia), cujas bases haviam sido lançadas por Lacey nos anos 1990 e 2000. Também organizou a vinda ao Brasil de professores como David Miller, Terry Shinn, Jean-Jacques Szczeciniarz, Andrew Feenberg, e vários outros”.
Mesmo aposentado, prossegue, Mariconda comparecia com frequência ao departamento, orientava mestrados e doutorados, supervisionava pós-docs e participava de reuniões da área de Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência. “Não mais do que um mês atrás, agora em 2025, encontrei-me um par de vezes com o Pablo e ele, animadamente, me falou longamente sobre o seu livro novo, que já estava revisado, diagramado e pronto para publicação, sobre a cosmologia e a visão de mundo de Dante na Divina Comédia, a cosmologia de Galileu e o contexto geral do Renascimento Italiano, em seus diversos momentos”.
Bezerra refere-se também às notáveis contribuições de Mariconda como tradutor e editor. “Lembro-me do impacto gerado pela sua primorosa tradução, fartamente anotada, e acompanhada de uma magistral introdução, do Diálogo sobre os Dois Máximos Sistemas do Mundo – Ptolomaico e Copernicano de Galileu, publicada em 2000 (com nova edição em 2011) — um trabalho de grande fôlego, oriundo da sua livre-docência. Sua tradução dos Discursos e Demonstrações sobre Duas Novas Ciências de Galileu, realizada juntamente com seu pai Letizio Mariconda, fora publicada no final dos anos [19]80, pela editora Nova Stella, então ligada ao IF-USP, numa edição datilografada, que ainda hoje tenho comigo, e posteriormente havia sido digitalizada e rediagramada, estando praticamente pronta para ganhar uma nova edição”.
Tinha a “convicção inabalável de que o saber deve ser público e universal”
Sua filha, Letícia Mariconda, publicou belo texto memorial. “Argentino de nascimento, Mariconda veio para o Brasil ainda criança, aos cinco anos de idade, acompanhado por seus queridos pais, Anna e Letizio Mariconda. Sua trajetória reflete as possibilidades abertas pela São Paulo de seu tempo, inteiramente construída no interior do sistema público de ensino e pesquisa do país”, diz ela. “Foi por meio da escola pública que se preparou para cursar Engenharia Aeronáutica no ITA [Instituto Tecnológico da Aeronáutica] — instituição da qual literalmente escapou, pulando os muros durante a noite, para seguir um chamado mais profundo: explorar o desconhecido na Faculdade de Filosofia da USP, onde permaneceu desde então, em um engajamento de corpo e alma”.
Mariconda, relata Letícia, “consagrou sua vida à filosofia e à história do conhecimento, da ciência e da tecnologia, sempre guiado pela convicção inabalável de que o saber deve ser público e universal”. Essa mesma convicção, explica, o impulsionou a enfrentar as profundas transformações que afetaram a universidade, a ciência e a própria filosofia nas últimas décadas. “Como resposta a esse cenário, engajou-se em parcerias fundamentais voltadas à análise crítica das práticas tecnocientíficas contemporâneas e de sua intensa associação com os valores do capital e do mercado — uma aliança que, segundo ele, compromete gravemente a busca pela objetividade do conhecimento”.
Ele teve, a seu ver, “papel central na implantação e consolidação da filosofia da ciência como campo de estudo crítico e interdisciplinar, contribuindo de forma decisiva para os debates contemporâneos sobre os limites da racionalidade científica e os dilemas éticos da tecnociência”. Uma das vertentes de sua trajetória intelectual foi a “atuação constante na crítica aos modelos reducionistas de ciência e à dependência das agendas tecnocientíficas em relação aos interesses mercadológicos”, aponta Letícia.
Ao longo de sua carreira, relembra, Mariconda “publicou artigos acadêmicos, capítulos e ensaios em periódicos nacionais e internacionais de alto prestígio, além de organizar cerca de 20 livros — muitos deles frutos de projetos coletivos de pesquisa”, sendo ainda responsável “por traduções de grande relevância para o público de língua portuguesa”. Em 2018, “organizou a publicação integral, com introdução e aparato crítico, de quatro obras fundamentais de René Descartes”, trabalho laureado na edição de 2019 do Prêmio ABEU, conferido pela Associação Brasileira de Editoras Universitárias.
Autoridade inconteste na sua área, o pesquisador coordenou “diversos projetos de pesquisa financiados pela Fapesp, Capes e CNPq”, diz Letícia, o que lhe permitiu dirigir “estudos de fôlego sobre o desenvolvimento da racionalidade científica moderna, a história da constituição do saber científico e as interações entre valores sociais e práticas epistêmicas”. Por outro lado, destaca, Mariconda “foi também um cientista autônomo e atuou independentemente de financiamento público”, ao fundar a Associação Filosófica Scientiæ Studia, “uma ‘guilda’, como ele mesmo dizia, nascida de seu desejo de entender os modos de produzir e conduzir a ciência no mundo contemporâneo”.
Para Letícia, a Scientiæ Studia “tornou-se um núcleo de pensamento crítico, engajado e plural”, que em mais de duas décadas de atuação consolidou um catálogo que inclui mais de 25 títulos de livros, traduções com aparato crítico e incursões no universo das artes gráficas e visuais. “Sua mais expressiva produção editorial, a revista Scientiae Studia, voltada à articulação entre ciência, filosofia e sociedade, tornou-se uma das mais importantes publicações acadêmicas brasileiras em ciências humanas. Com 60 edições publicadas entre 2003 e 2017, incluindo números especiais, a revista acumula um acervo de 477 artigos e mais de 520 textos”.
Nos últimos anos, continua ela, Mariconda seguiu profundamente engajado, “concentrando seus esforços na análise crítica da tecnociência” e dos efeitos sociais, políticos e ambientais da atual configuração das práticas científicas. “Em parceria com Lacey, desenvolveu um referencial teórico robusto para demonstrar como os valores não epistêmicos — como justiça social, sustentabilidade, equidade e solidariedade — podem e devem orientar decisões científicas, desde a definição de problemas até a avaliação de impactos. Defendia que, embora o paradigma tecnocientífico tenha se consolidado como dominante, existem alternativas epistemológicas e institucionais viáveis, que favorecem uma ciência mais democrática, ética e comprometida com o bem comum. Seus estudos sobre alternativas agroecológicas iluminam caminhos possíveis de sobrevivência humana” (a íntegra do texto de Letícia está disponível aqui).
Anpof, IFCH e UFBA emitiram notas de pesar
Em nota de pesar, a Diretoria da Anpof recorda que Mariconda “foi tradutor de diversas obras pertencentes à coleção ‘Os Pensadores’, como Karl Popper, Rudolf Carnap, William James, Bertrand Russell, G.E. Moore e John Stuart Mill”, e que, por meio dessas traduções, “esteve presente nos processos formativos de muitas pesquisadoras e pesquisadores”, contribuindo para o acesso a textos fundamentais da tradição filosófica. Na avaliação da Anfop, o desaparecimento do professor “representa uma perda irreparável para a comunidade filosófica brasileira, que seguirá marcada por sua erudição, generosidade intelectual e rigor teórico” e por seu “legado duradouro no ensino, na pesquisa e na formação de gerações”.
O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp também emitiu nota de pesar pelo falecimento de Mariconda. “Fundou e dirigiu a ‘Associação Filosófica Scientiæ Studia’, congregando pesquisadores de centros de excelência espalhados por diversos países. Dotou-a, generosamente, de uma sede própria, com biblioteca, banco de dados e coleções abertas à consulta pública. Em seu âmbito, e em associação com a USP, promoveu inúmeros seminários, ciclos de palestras e reuniões de estudo com pesquisadores brasileiros e do Exterior, quase sempre explorando áreas de fronteira, como a das implicações éticas, ambientais, sociais econômicas da ciência e da tecnologia. Boa parte dessas atividades encontra-se registrada, em acesso livre, no site da Associação.”
Outra manifestação partiu da comunidade dos cursos de filosofia da Universidade Federal do ABC (UFABC), segundo quem Mariconda “formou muitos dos nossos professores” e desenvolveu um trabalho “determinante para as áreas de teoria do conhecimento e filosofia da ciência no Brasil”. Também emitiram nota de pesar conjunta o Departamento de Filosofia e o Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Modelo criado por Mariconda permite reflexão sobre tecnociência mercantil e suas alternativas
Depoimento digno de nota, publicado pelo site A Terra é Redonda, é o de Eliakim Ferreira Oliveira e Otto Crespo-Sanchez da Rosa, ambos doutorandos no Departamento de Filosofia da USP. Mariconda, dizem eles, “esteve entre os responsáveis pela consolidação da área de teoria do conhecimento e filosofia da ciência da USP, substituindo, nos anos 1970, Hugh Lacey, o primeiro professor dessa área”.
Eles destacam a “enorme produção intelectual” do professor, que vai “desde trabalhos sobre a filosofia clássica da ciência, como Pierre Duhem e Karl Popper, passando por trabalhos fundamentais sobre a revolução científica dos séculos XVI e XVII (Francis Bacon, Galileu Galilei, Marin Mersenne, René Descartes, Isaac Newton), até o desenvolvimento, junto a Hugh Lacey, de uma filosofia da ciência que tem como modelo a interação entre a atividade científica e os valores”, e que permite “tanto refletir sobre questões contemporâneas — a tecnociência comercialmente orientada (a atividade científica marcada por estratégias descontextualizadoras e a produção de patentes) e os efeitos colaterais das aplicações tecnológicas nela baseadas (como a utilização de sementes transgênicas na agricultura) —, quanto apontar as credenciais científicas das alternativas (o pluralismo estratégico na organização da atividade científica e tecnologias alternativas, como as da agroecologia)”.
Por outro lado, Oliveira e Rosa dão ênfase à “figura congregadora e generosa” de Mariconda e ao papel desempenhado pela Associação Filosófica Scientiæ Studia. “Era na Associação que nos reuníamos quinzenalmente para discutir acerca da relação entre valores e atividade científica, filosofia da tecnologia e fundamentos éticos do fazer científico. Na Associação tínhamos o privilégio da orientação do professor Pablo Rubén Mariconda, sempre atenta e rigorosa, com sua capacidade de fazer com que nos sentíssemos em família”.
Acrescentam que ele “se preocupava com o desenvolvimento intelectual de seus orientandos, sempre pronto para auxiliar no que fosse necessário: na leitura atenta dos textos, em reuniões ordinárias e extraordinárias, na produtiva discussão em grupo, nas sugestões de leitura e no estímulo à publicação”. Na interação com os alunos, frisam, sobressaía-se a relação afetiva e o respeito intelectual. “Neste momento de grande tristeza, Pablo nos fica como inspiração, horizonte e modelo. Que esse sentimento possa preencher o vazio que ele deixa em nossas vidas”.
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