Memória
Reitoria anuncia para agosto diplomações honoríficas de 15 estudantes da FFLCH assassinados(as) pela Ditadura Militar
Quinze diplomas honoríficos de estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP) assassinados(as) pela Ditadura Militar deverão ser concedidos a seus familiares e amigos, em cerimônia a ser realizada no próximo dia 16 de agosto, às 11 horas, no Auditório Nicolau Sevcenko daquela unidade (Avenida Lineu Prestes, 338).
De acordo com um vídeo recentemente divulgado pela USP nas redes sociais, trata-se de uma iniciativa conjunta da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) e da própria FFLCH, no âmbito do projeto intitulado “Diplomação da Resistência”, proposto pela vereadora paulistana Luna Zarattini (PT).
Os nomes que constam do vídeo são os de Catarina Helena Abi-Eçab e João Antonio Abi-Eçab (ambos executados em 1968); Fernando Borges de Paula Ferreira e Sergio Roberto Correa (1969); Heleny Telles Ferreira Guariba, Luiz Eduardo da Rocha Merlino, Carlos Eduardo Pires Fleury e Francisco José de Oliveira (1971); Ruy Carlos Vieira Berbert, Isis Dias de Oliveira e Helenira Rezende de Souza Nazareth (1972); Tito Alencar Lima, Suely Yumiko Kanayama e Jane Vanini (1974); e Maria Regina Marcondes Pinto (1976).
Não consta da relação o nome do artista plástico ítalo-brasileiro Antonio Benetazzo, que foi aluno de filosofia da FFLCH e também cursou arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), conforme indicado no Relatório Final da Comissão da Verdade da USP (Volume 3, “Mortos e Desaparecidos”, p. 93). Militante do Movimento de Libertação Popular (Molipo), Benetazzo foi assassinado por agentes do Destacamento de Operações de Informações (DOI) do II Exército em 30 de outubro de 1972, aos 31 anos de idade.
Entre os nomes a receberem o diploma de reparação, um caso especial é o de Heleny Guariba, que foi docente da própria FFLCH e da Escola de Artes Dramáticas (EAD), vinculada à Escola de Comunicações e Artes (ECA). A Comissão da Verdade da USP apurou que Heleny formou-se em filosofia pela FFLCH, tendo concluído o curso em 1965 (V. 3, p. 133). Ela militava na Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) quando foi capturada pelo DOI do I Exército, no Rio de Janeiro, em 12 de julho de 1971. Há evidências de que foi executada na “Casa da Morte”, em Petrópolis. Seus restos mortais jamais foram localizados.
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